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    o impeachment

    No dia do impeachment, Bolsa cai com petróleo, mas real se valoriza

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    31/08/2016 17h49

    O forte recuo nos preços do petróleo nesta quarta-feira (31) jogou para baixo as Bolsas mundiais, e com o Ibovespa não foi diferente. O principal índice da Bolsa paulista fechou em queda de mais de 1%.

    A commodity recuou por causa dos estoques semanais de petróleo nos EUA, que ficaram muito acima do esperado pelo mercado. O excesso de oferta global pressiona as cotações do petróleo.

    O dólar, porém, teve comportamento misto frente às principais moedas, e caiu frente ao real.

    No campo doméstico, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, no julgamento final no Senado, já havia sido antecipado pelo mercado.

    "Com a concretização do impeachment, que era amplamente esperado, investidores aproveitaram para embolsar os lucros recentes", comenta um operador de Bolsa. "Agora, as atenções estão todas voltadas para o governo Temer e se ele vai conseguir implementar o ajuste fiscal."

    Para analistas da Guide Investimentos, a manutenção dos direitos políticos de Dilma, algo que não estava previsto pelo mercado, contribuiu para manter a Bolsa em baixa.

    Para os economistas José Francisco de Lima Gonçalves e Julia Araújo, do Banco Fator, o desmembramento da votação do impeachment "surpreendeu e deixa dúvidas sobre a intenção e o resultado".

    Além disso, a semana é marcada pela cautela nos mercados, que aguardam os dados de emprego de agosto nos EUA, que saem na próxima sexta-feira (2). Um número muito forte pode elevar as apostas de aumento dos juros americanos ainda neste ano.

    Nesta quarta-feira (31), saíram os dados de empregos do setor privado divulgados pela empresa ADP, que apontaram a criação de 177 mil vagas, um pouco acima das estimativas, que eram de 175 mil.

    CÂMBIO E JUROS

    Após um pregão volátil, o dólar comercial terminou em queda de 0,27%, a R$ 3,2310. Em agosto, a moeda americana caiu 0,40% e no ano, acumula perda de 18,20%.

    A moeda americana à vista fechou em queda de 0,66%, para 3,2345. No mês, teve queda de 0,25%; no ano, recua 18,34%.

    "A liquidez no mercado de câmbio foi baixa, e o dólar caiu mais porque alguém deve ter precisado vender a moeda hoje", comenta Hideaki Ilha, operador de câmbio da Fair Corretora.

    O Banco Central não realizou nesta quarta-feira leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, o que colaborou para a volatilidade no câmbio.

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    NOTAS DE DÓLAR

    Segundo operadores, o objetivo do BC, ao não realizar leilão de swap cambial reverso no último dia do mês, foi não interferir na formação da taxa Ptax, calculada pela autoridade monetária e que serve de referência a vários contratos cambiais.

    Como tem ocorrido em final de mês, a autoridade monetária realizou nesta sessão rolagem de até US$ 3,3 bilhões de uma linha de crédito com compromisso de recompra.

    No mercado de juros futuros, no dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anuncia sua decisão sobre o patamar da taxa básica de juros, o mercado de juros futuros teve leve alta nos contratos mais curtos e recuou no longo prazo.

    O contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 14,015% para 14,020%; o contrato de DI para janeiro de 2018 avançou de 12,770% para 12,780%; e o DI para janeiro de 2021 caiu de 12,170% para 12,040%.

    O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, subia 0,42%, aos 259,599 pontos.

    O PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, que contraiu 0,6% ante os três meses anteriores, ficou levemente acima das projeções (-0,5%), mas não chegou a mexer com o mercado financeiro.

    "As sondagens de expectativas seguem indicando nova melhora no mês de agosto, o que pode trazer um terceiro trimestre já melhor do que o segundo. Algum sinal mais evidente de reversão da atual recessão, no entanto, só deve vir no último trimestre deste ano", comentam os economistas do Banco Fator.

    BOLSA

    O Ibovespa fechou em baixa de 1,15%, aos 57.901,11 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,6 bilhões.

    Em agosto, o índice ganhou 1,03%; no ano, acumula alta de 33,57%.

    As ações da Petrobras caíram 1,83%, a R$ 12,85 (PN), e 2,89%, a R$ 14,74 (ON), influenciadas pelo tombo do petróleo.

    Em Londres, o petróleo tipo Brent caía 2,75%, a US$ 47,04 o barril; em Nova York, o petróleo tipo WTI cedia 3,30%, a US$ 44,82 o barril,

    Os papéis da Vale perderam 4,29%, a R$ 14,47 (PNA), e 4,02%, a R$ 16,94 (ON), acompanhando o comportamento de concorrentes na Europa e o recuo do minério de ferro na China.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdeu 2,04%; Bradesco PN, -0,64%; Bradesco ON, -1,72%; Banco do Brasil ON, -2,19%; Santander unit, -0,87%; e BM&FBovespa ON, -1,04%.

    EXTERIOR

    Em Nova York, o índice S&P 500 caiu 0,24%; o Dow Jones, -0,29%; e o Nasdaq, -0,19%.

    Na Europa, a Bola de Londres terminou em baixa de 0,58%; Paris, -0,43%; Frankfurt, -0,61%; Madri, +0,36%; e Milão, +0,31%.

    Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve ganho de 0,48%. O índice de Xangai avançou 0,35%.

    Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,97%, a 16.887 pontos, com a desvalorização do iene ajudando o setor exportador.

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