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    Desligamento do sinal analógico deixaria 15% do DF sem TV

    GABRIELA SÁ PESSOA
    DE SÃO PAULO

    09/09/2016 02h00

    Se ocorresse hoje, o desligamento do sinal analógico no DF, marcado para 26 de outubro, deixaria 15% dos domicílios da região sem TV.

    A informação é de pesquisa do Ibope encomendada pela EAD (Entidade Administradora da Digitalização), que gerencia a transição para a TV digital e é administrada pelas teles Vivo, Claro, TIM e Algar.

    O estudo ouviu 2.191 pessoas, entre 17 e 28 de agosto. O resultado será apresentado na semana que vem ao Gired (Grupo de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização), que reúne Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Ministério das Comunicações e teles para discutir o desligamento.

    Brasília e nove cidades em seu entorno serão as primeiras grandes do país a passar pela transição, que deve terminar no fim de 2018.

    OS SEM SINAL - Por classe sócio-econômica

    As diretrizes do Ministério das Comunicações e da Anatel estabelecem que o desligamento só pode ocorrer se 93% dos lares puderem receber o sinal digital.

    Preocupa as emissoras o percentual de TVs adaptadas à tecnologia nas classes C2, D e E, com renda média abaixo de R$ 1.625: são 76% no DF e 70% nas cidades vizinhas.

    Num momento de retração econômica, esses setores poderiam sofrer um apagão televisivo ao mesmo tempo em que consomem mais o veículo. A crise tem favorecido a audiência da TV aberta, que cresceu 8% de janeiro a agosto ante o mesmo período de 2015. Em janeiro, 35,9% dos televisores do país estiveram ligados, segundo o Ibope. Em agosto, o número atingiu o recorde histórico de 39,2%, impulsionado pelos Jogos.

    Beneficiários do Bolsa Família e de programas sociais têm direito a um kit conversor para o sinal digital, pago pela EAD. Os equipamentos custam, em média, R$ 150 e começaram a ser distribuídos no DF em junho. Foram 237 mil unidades desde então, 65% do total previsto.

    PRAZOS

    Por ora, a EAD diz que espera cumprir a meta até outubro e não conta com o adiamento do prazo, como ocorreu em Rio Verde (GO), cidade que serviu de piloto para a conversão. O Ministério das Comunicações afirma se esforçar para evitar o adiamento. O Gired, porém, pode decidir rever a condição de 93%.

    O desligamento na cidade goiana estava previsto inicialmente para 29 de novembro de 2015. À época, 62% dos domicílios poderiam captar o sinal digital. A mudança foi postergada para fevereiro e, finalmente, para 1º de março, com 86% dos lares habilitados.

    Antonio Martelleto, diretor-executivo da empresa que comanda a digitalização, diz que dias antes da transição um pesquisa de opinião apontou que 98% dos moradores sabiam do desligamento. "Muitos não converteram porque tinham mais de uma TV ou só iriam tomar providência quando perdessem o sinal."

    Segundo o ministério, a digitalização chegou a 94% dos lares logo após a conversão. A pasta afirma que pesquisas "verificaram que existe um percentual da população que só se mobiliza após o desligamento".

    O conhecimento sobre o fim do sinal analógico chega a 95% entre os entrevistados no Distrito Federal, sendo que 73% afirmaram ao Ibope que sabem a data em que a mudança ocorrerá. Após Brasília, São Paulo é a próxima cidade no calendário e deve encerrar a transmissão do sinal analógico em 29 de março de 2017.

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    Veja calendário de desligamento do sinal de TV analógico

    2016 -

    2017 -

    2018 - Localidades ainda não foram definidas

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