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    Recuperação brasileira compensa alta de juros dos EUA, diz Meirelles

    JOHANNA NUBLAT
    ENVIADA ESPECIAL A HANGZHOU, NA CHINA

    03/09/2016 08h30 - Atualizado às 09h02

    O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) disse neste sábado (3), na China, acreditar que a recuperação da economia brasileira "mais que compensaria" os efeitos da esperada subida dos juros americanos.

    "Eu acho que existe uma ampla liquidez internacional e que uma certa contração dessa liquidez, que me parecerá modesta em reação à subida do juro americano, é muito fortemente contrabalançada pela melhora da situação do Brasil. A melhora do risco país, a melhora do ambiente, da perspectiva da economia brasileira", disse o ministro, após uma reunião bilateral com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew..

    Pedro Ladeira-08.ago.2016/Folhapress
    O ministro Henrique Meirelles em coletiva de imprensa em Brasília
    O ministro Henrique Meirelles em coletiva de imprensa em Brasília

    Questionado sobre se a recuperação brasileira compensaria em parte os efeitos da mudança nos juros dos EUA, Meirelles disse: "Mais que compensa, mais do que em parte. Acredito que os efeitos da recuperação brasileira sobrepujam os efeitos contracionistas do aumento de juros americano".

    A alta dos juros americanos é considerado um dos obstáculos no cenário externo para o retorno dos investimentos ao Brasil, já que inibiria o fluxo de dinheiro. Na semana passada, a presidente do Federal Reserve (banco central americano), Janet Yellen, disse que a possibilidade de uma alta ganhou força nos últimos meses, diante dos sinais positivos da maior economia do mundo, entre eles a criação de empregos.

    Segundo o ministro, o americano afirmou que seu país acompanha com interesse o que acontece no Brasil e expressou "admiração pela velocidade da recuperação da confiança no Brasil".

    "Ao contrário de muitas outras vezes quando vemos certa ansiedade no Brasil, [achamos] que as mudanças estão demorando muito, a visão internacional é que, para uma mudança constitucional dessa profundidade, as coisas estão caminhando muito rapidamente, o ajuste fiscal no Brasil está indo até a uma velocidade surpreendente."

    Questionado sobre detalhes do "mapa de projetos " de US$ 269 bilhões citado nesta sexta-feira (2), o ministro afirmou que os projetos ainda estava sendo definidos e que ele não saberia dizer quais deles estariam na primeira parte do programa.

    EMPRESAS NO MERCOSUL

    Em outra bilateral da comitiva brasileira neste sábado (3), o presidente Michel Temer se reuniu com o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo.

    Para Azevêdo, os números da economia brasileira "demonstram que o mercado está reagindo de maneira mais favorável".

    Jin Liwang/Xinhua
    (160903) -- HANGZHOU, Sept. 3, 2016 (Xinhua) -- Brazilian President Michel Temer (R) receives interviews in Hangzhou, capital city of east China's Zhejiang Province, Sept. 3, 2016. (Xinhua/Jin Liwang) (mp)
    Presidente Michel Temer concede entrevistas em Hangzhou, na China, onde participa da cúpula do G20

    "Olhando à distância, a impressão que se tem é de que há maior confiança no mercado, que vem da estabilidade política que vai se retomando", disse após o encontro com Temer.

    O chanceler José Serra listou as quatro prioridades do governo junto à OMC: fortalecimento do mecanismo de solução de controvérsias, dar continuidade ao combate aos subsídios agrícolas, desenvolvimento do comércio eletrônico e barreiras tarifárias.

    Serra afirmou ainda que há uma proposta, em parceria com o Sebrae, para organizar um operador comercial para micro e pequenas empresas no bloco.

    "Estamos fazendo junto com o Sebrae um programa em que o microempresário poderá exportar através de um operador organizado, ele não precisa ter todo o equipamento administrativo e experiência que hoje é exigido, você vai oferecer suporte, assistência, na área via um operador plurigovernamenal", disse Serra.

    Sobre as negociações do bloco regional com a União Europeia, o chanceler disse que elas não dependem da Presidência do Mercosul –imersa atualmente em um conflito.

    "Se elas não estão andando, o problema está mais do lado da União Europeia, que está indo muito devagar no processo, inclusive fazendo ofertas inferiores às que tinha feito em 2004", disse.

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