O Bradesco divulgou nesta segunda-feira (5) que pretende manter seu presidente, Luiz Carlos Trabuco, por mais dois anos no cargo. Trabuco completa 65 anos no mês que vem e, pelas regras atuais, precisaria deixar o comando do banco em março de 2017.

Em comunicado, o Conselho de Administração propõe que o presidente precise ter menos de 67 anos na renovação anual do mandato para continuar no cargo. Hoje, a idade é de menos de 65 anos. A proposta será votada pelos acionistas em assembleia geral extraordinária convocada para o dia 7 de outubro.

"A decisão possibilitará ao Bradesco o aproveitamento da vasta experiência profissional e vivência administrativa adquirida na função de diretor-presidente, especialmente neste momento de integração das operações do HSBC, em que se vislumbram importantes ganhos de sinergia", diz o banco, sem citar nominalmente Trabuco.

O Bradesco fechou a compra do HSBC em agosto de 2015, mas a operação só foi aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em junho deste ano. O processo de incorporação do HSBC se iniciou em 1º de julho, quando o banco brasileiro pagou R$ 16 bilhões pela aquisição.

ZELOTES

O presidente do Bradesco e outros dois executivos se tornaram réus por supostamente fazerem parte de esquema de pagamento de propinas a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), esquema investigado pela Operação Zelotes. O banco nega irregularidades.

Com a investigação, no entanto, pessoas próximas à cúpula do banco chegaram a afirmar que o processo de sucessão de Trabuco poderia ser antecipado.