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    Greve fecha mais de 7.000 agências bancárias em 1º dia de paralisação

    TÁSSIA KASTNER
    DE SÃO PAULO

    06/09/2016 18h22 - Atualizado às 19h32

    O primeiro dia de greve dos bancários paralisou 7.359 agências das cerca de 20 mil que estão sob o guarda-chuva da Contraf (confederação que representa trabalhadores do ramo financeiro) em todo o país —o que corresponde a aproximadamente 31% das agências. Também foram afetados centros administrativos e de atendimento telefônico ao cliente.

    Bancários pedem reajuste de 5% acima da inflação do período (de 9,57%). Os bancos ofereceram, até aqui, aumento de 6,5% (abaixo da inflação) sobre o salário e benefícios –como vale­-alimentação e auxílio­-creche–, além de abono no valor de R$ 3.000.

    Já no primeiro dia de greve, bancos chamaram sindicatos dos trabalhadores para uma nova rodada de negociações, que ocorrerá na sexta-feira (9). Roberto von der Osten, presidente da Contraf, atribuiu a chamada de negociação à grande adesão dos trabalhadores.

    "A greve cresceu 17% neste primeiro dia em relação ao primeiro dia de greve no ano passado. Creio que isso estimulou a nova proposta", disse.

    A paralisação prosseguirá na quinta-feira (8). Em 2015, a greve se iniciou em outubro, durou 21 dias e garantiu à categoria um reajuste de 10%, com aumento real de 0,11%.

    SÃO PAULO

    Em São Paulo, o Sindicato dos Bancários diz que 680 agências ficaram fechadas e 35 mil trabalhadores cruzaram os braços, cerca de um quarto dos filiados do sindicato da capital.

    Pela manhã, a adesão à greve era forte na maior parte das agências da Avenida Paulista. Correntistas, no entanto, não enfrentavam grandes transtornos. Sem acesso ao atendimento presencial, clientes utilizavam normalmente as salas de autoatendimento.

    A Folha encontrou algumas agências funcionando na região. Na agência do Banco do Brasil na esquina com a Bela Cintra, havia atendimento de gerentes, mas os caixas estavam fechados. As agências Estilo (para clientes com renda acima de R$ 9.000) também atendiam normalmente, "até que o sindicato mandasse fechar", disseram recepcionistas. Correntistas do banco gaúcho Banrisul encontraram portas abertas.

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    O QUE OS BANCÁRIOS PEDEM

    >>> reajuste - 5% mais a inflação de 9,57%

    >>>benefícios - R$ 880 em vales-alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche

    >>>piso - R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese)

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    O QUE OS BANCOS OFERECEM

    >>> reajuste - 6,5% sobre salário e benefícios

    >>>abono - R$ 3.000

    >>>piso - R$ 2.842,96

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    BANCOS DURANTE A GREVE

    1 - Pagar contas

    O cliente do banco pode utilizar internet banking e aplicativos para celular do banco para efetuar o pagamento. Para isso, confira se as senhas os aplicativos estão funcionando e vá a agências ainda não paralisadas para atualizá-las. Os caixas eletrônicos e correspondentes bancários, como agências lotéricas, Correios e até alguns supermercados também recebem pagamentos de contas

    Em caso de dificuldade, o cliente pode entrar em contato com a empresa e pedir alternativas para realizar o pagamento. É importante registrar o pedido, enviando por e-mail ou anotando o número de protocolo de atendimento. Caso o fornecedor não dê opções para pagar a conta, o consumidor deve usar esses documentos para reclamar junto a um órgão de defesa do consumidor.

    2 - Transferências de dinheiro

    É possível fazer por internet banking, celular, caixa eletrônico e atendimento por telefone.

    Atenção: os valores das transferências podem ser limitados por esses canais, dependendo do seu perfil de renda e padrão de gastos. Se existe a previsão de uma transferência nos próximos dias, procure uma agência que ainda esteja funcionando

    3 - Investimentos e resgates

    Também podem ser feitos por internet, aplicativo, caixa eletrônico e central de atendimento por telefone. Seja qual for o canal de atendimento, lembre-se de pesquisar o rendimento oferecido e as taxas cobradas para aplicar ou resgatar o dinheiro aplicado

    4 - Empréstimos e financiamentos

    Os bancos também oferecem crédito pessoal em condições pré-aprovadas nas plataformas de atendimento eletrônico. Lembre-se, no entanto, que as taxas nessas modalidades costumam ser altas e devem ser usadas apenas em emergências.

    Para quem precisa renegociar dívidas, os grandes bancos oferecem plataformas de renegociação sem atendimento ou então permitem o envio de propostas pela internet.

    A documentação para financiamento imobiliário é entregue na agência. Esse tipo de crédito tende a ficar suspenso durante a greve.

    Com Reuters

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