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    Presidente da Statoil defende fim da exclusividade da Petrobras no pré-sal

    DE SÃO PAULO

    08/09/2016 14h03

    O presidente-executivo da petroleira norueguesa Statoil, Eldar Saetre, disse nesta quinta-feira (8) que o fim da obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única do pré-sal é muito importante para atrair investimento estrangeiro para o país, após participar de reunião com o presidente Michel Temer em Brasília.

    Saetre, que conversou com Temer sobre o clima de negócios no país, destacou ainda que "ter regras claras é muito importante para o desenvolvimento da indústria".

    No fim de agosto, as duas empresas anunciaram um acordo para aprofundar parcerias visando futuros leilões de áreas de exploração de petróleo, em momento em que a endividada companhia brasileira enfrenta restrições de recursos.

    O acordo ocorre após a estatal ter anunciado, em julho, venda para a Statoil de participação no bloco exploratório BM-S-8, onde está a promissora área do pré-sal de Carcará, por US$ 2,5 bilhões.

    Segundo a Petrobras, o memorando de entendimento desta terça-feira dá continuidade à parceria que as empresas já têm no Brasil e no exterior.

    "Os resultados que já alcançamos nas nossas parcerias na área de exploração são prova de que a Petrobras é capaz de manter seus interesses estratégicos ao mesmo tempo em que encontra formas de contornar as evidentes restrições de capital nesse momento", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, em comunicado.

    Atualmente, a Petrobras e a Statoil estão consorciadas em 13 blocos, em fase exploração ou de produção, sendo dez no Brasil e três no exterior.

    Outro ponto do memorando será o esforço conjunto para potencializar as competências técnicas das empresas, com o objetivo de elevar os volumes de óleo recuperável em campos maduros que já estão em operação nas bacias de Campos e Santos.

    "Estamos avançando numa parceria estratégica que será vantajosa para as duas empresas. A Statoil tem índices bastante elevados de recuperação de óleo em seus campos em produção, por exemplo, e nós teremos acesso a essa tecnologia por meio de um parceiro, com ganhos evidentes para os dois lados", disse Parente.

    As duas companhias, que têm uma posição relevante na produção atual e futura de gás no Brasil, pretendem fazer um amplo diagnóstico do mercado de gás no país, segundo o acordo.

    O objetivo será otimizar o aproveitamento do gás, incluindo infraestrutura e sua monetização, podendo ainda considerar investimentos conjuntos em projetos de escoamento e processamento, inclusive com a atração de novos parceiros.

    O memorando não tem cláusulas vinculantes, mas indica a intenção das duas empresas em trabalhar conjuntamente, em um horizonte de dois anos, para viabilizar esses projetos, acrescentou comunicado da Petrobras.

    Os valores envolvidos dependerão das negociações que serão feitas a partir da assinatura do documento.

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