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    Com ajuda de alimentos, inflação desacelera em agosto e vai a 0,44%

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    09/09/2016 09h10 - Atualizado às 10h17

    A inflação de agosto desacelerou em relação a julho e ficou em 0,44%, divulgou o IBGE na manhã desta sexta-feira (9).

    Foi a maior taxa para o mês de agosto desde de 2007, quando o IPCA avançou 0,47%.

    Em julho, o IPCA, que é o índice oficial de inflação do país, havia ficado em 0,52%. A desaceleração foi causada, principalmente, por aumentos mais fracos do grupo de alimentos e bebidas.

    O resultado para o mês veio conforme o centro das expectativas dos analistas consultados pela agência Bloomberg, que previam IPCA de 0,44%.

    Inflação - Variação do IPCA, em %

    Embora menor que no mês anterior, o IPCA segue mais alto que o verificado um ano antes, em agosto de 2015, quando o índice foi de 0,22%.

    No acumulado do ano, a taxa ficou em 5,42%, acima do centro da meta de 4,5%, porém, abaixo do teto de 6,5%.

    Nos 12 meses encerrados em agosto, o IPCA esteve em 8,97%.

    SEGMENTOS

    O segmento de alimentação e bebidas foi o que mais contribuiu para a desaceleração do indicador. Subiu, em julho, 1,32% e caiu para 0,30% no mês passado. Batata-inglesa (queda de 8%) e feijão carioca (-5,6%) estiveram entre as maiores quedas.

    Os transportes subiram 0,27% em agosto, uma desaceleração em relação ao avanço de 0,40% do mês imediatamente anterior. As passagens aéreas puxaram a melhora do indicador, tendo recuado, em média, 3,85%.

    Segundo o IBGE, as passagens recuaram em dez das 13 regiões pesquisadas pelo IBGE. As exceções foram Rio de Janeiro (7,5%), Belo Horizonte (6,15%) e Brasília (3,11%).

    Inflação - Por grupos, em %

    Segundo a técnica do IBGE Eulina Nunes, da coordenação dos índices de preços do instituto, há uma desaceleração natural de preços dos alimentos nos meses do meio do ano, em função do escoamento da produção agrícola.

    Ela ressalva, no entanto, que embora haja uma melhora pontual, a pressão de custos de produção resiste a ceder. O dólar, a despeito de quedas recentes, continua em patamar alto.

    Questões climáticas, como chuvas em abundância no Sul e secas no Nordeste e Centro-oeste, continuam a ter impacto no encarecimento da produção de grãos. Altas de milho e soja, usados na ração animal, têm impacto no preço das carnes e aves.

    "Os dados sugerem que apesar da demanda retraída, desemprego, crédito escasso e população endividada, a inflação resiste a ceder ainda mais. A energia, por exemplo, não devolveu toda a alta do ano passado, há uma oferta mais cara de alimentos, a despeito da desaceleração, e o dólar continua em patamar elevado. A inflação desacelerou, mas continua alta. Basta ver que o resultado de agosto é o maior para mês nos últimos dez anos", disse.

    RIO DE JANEIRO

    As Olimpíadas no Rio tiveram também impacto no IPCA, com pressão para cima dos preços, principalmente por causa da alta de passagens para a cidade e aumento no valor das diárias de hotel.

    A inflação da região metropolitana do Rio em agosto foi de 1%, a maior das 13 pesquisadas pelo IBGE. São Paulo, que tem o maior peso na inflação, esteve em 0,55% em agosto.

    As diárias de hotel, por exemplo, subiram 111,23% em agosto, no Rio. Passagens aéreas subiram 7,5%.

    O resultado do Rio foi o maior para o mês de agosto desde 2004, quando esteve em o 1,09%.

    Inflação nas regiões - Em %

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