• Mercado

    Saturday, 27-Apr-2024 18:53:15 -03

    Saiba como usar quatro ferramentas para abrir um negócio

    RICARDO BUNDUKY
    DE SÃO PAULO

    12/09/2016 02h00

    Ferramentas clássicas de administração podem ser usadas para estruturar um novo negócio ou avaliar o seu desempenho; saiba como aplicar quatro desses modelos, com comentários de professores e consultores da área.

    *

    Fotolia

    VER PARA CRER

    Transformar ideias em um negócio tangível é a função do Business Canvas.

    A ferramenta permite ilustrar o modelo do negócio através de um quadro em que se respondem quatro perguntas centrais: "O que é" (o diferencial da empresa), "para quem" (clientela e canais de relacionamento), "como" (as atividades exercidas e parcerias) e "quanto" (os custos da operação e as fonte de receita).

    O Canvas pode ser criado de forma física, em um painel na parede com post-its, ou em forma de software, disponível na internet.

    "A forma mais usada é por post-its, porque fica uma coisa mais lúdica",diz Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo. Essa vertente facilita a colaboração de outros funcionários na elaboração.

    O Canvas se tornou popular após o estouro da bolha da internet, nos anos 2000, quando muitas companhias quebraram.

    A ferramenta pode ser usada no estágio inicial da empresa ou para tornar mais clara a operação de companhias já existentes. "O pequeno empresário aprende na prática, mas não tem a visão ampla de um gestor", afirma André Nardy, professor da Saint Paul Escola de Negócios.

    Fotolia

    EMPRESA NO DIVÃ

    Mais conhecida entre as quatro ferramentas descritas aqui, a Análise Swot promove o "autoconhecimento" da empresa observando perspectivas internas e externas.

    "Não há grande empreendedor que não a conheça", diz Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP.

    Consiste num quadrante, onde se elencam as forças, fraquezas, oportunidades (novos mercados) e ameaças (concorrência).

    A análise pode ser feita no papel ou em programas básicos de computador, como Word ou Excel.

    A partir da avaliação, é possível focar em fortalecer os diferenciais e corrigir deficiências -por exemplo, fazer convênio com um valet caso a empresa não ofereça vagas de estacionamento.

    "Empreendedores costumam ser otimistas sobre o próprio negócio e esquecem de seus pontos fracos. A análise faz a empresa encarar seus problemas", afirma Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo.

    A vantagem da Swot é a sua simplicidade, diz André Nardy, professor da Saint Paul. "O risco é de ser feita de forma genérica e não gerar respostas específicas."

    Fotolia

    ENTRE VACAS E ABACAXIS

    Saber quais produtos priorizar e quais eliminar do portfólio da empresa é a função da Matriz BCG.

    Através da ferramenta, cada item é qualificado pelo cruzamento entre a geração de lucro para a empresa e quanto demanda de investimento (do custo do produto ao marketing).

    A equação classifica os produtos em quatro categorias: estrelas (alta rentabilidade e custo elevado), vacas-leiteiras (alta contribuição e investimento baixo), abacaxis (baixo investimento e pouco resultado) e pontos de interrogação (investimento alto com potencial desconhecido por serem novos no mercado).

    Os abacaxis são mercadorias que podem ser descontinuadas ou merecem ter a estratégia repensada. Já os itens vacas-leiteira devem ser mantidos nesse patamar, enquanto as estrelas são interessantes, mas a meta para elas é baixar o investimento necessário.

    "A BCG é mais útil para as empresas que não tenham portfólios muito grandes, porque envolve muitas análises", diz Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP.

    "A matriz parte do princípio de que há informações de mercado, mas nem sempre a pequena empresa tem esses dados", observa Nardy, da Saint Paul.

    Fotolia

    CAMINHO DA VITÓRIA

    A mais estratégica das ferramentas, as 5 Forças de Porter servem para analisar o setor em que a empresa pretende entrar.

    "É interessante para pequenas empresas terem uma ideia de como competir", diz André Nardy, da Saint Paul Escola de Negócios.

    Como o nome diz, o estudo usa cinco fatores para ditar o posicionamento da empresa no mercado: a capacidade de negociar com fornecedores, o poder de barganha dos clientes, a rivalidade com concorrentes, produtos substitutos e a criação de barreiras para a entrada de empresas.

    "Caso o negócio dependa de poucos clientes, e eles sejam grandes varejistas, isso é uma ameaça, porque o poder de barganha desses será alto", exemplifica Yuri Cunha, professor da Business School São Paulo.

    "Considerando essas cinco dimensões e o grau de ameaça de cada uma, o empresário analisará se vale a pena investir no setor."

    Por gerar essa reflexão, a aplicação da ferramenta é interessante sobretudo antes da abertura do negócio.

    Colaborou Anna Rangel

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024