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    Dólar sobe e Bolsa cai com exterior; petróleo recua mais de 3%

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    23/09/2016 17h35

    Após subirem nos últimos dias, impulsionadas pelo maior apetite ao risco após as reuniões de política monetária dos bancos centrais dos EUA e do Japão, as Bolsas mundiais passaram por uma realização de lucros nesta sexta-feira (23), com os investidores embolsando os ganhos recentes. O dólar voltou a ganhar força frente às principais moedas.

    No Brasil, a moeda americana também terminou a sessão em alta, na casa dos R$ 3,24, mas na semana acumulou queda. O Ibovespa caiu 0,50%, acompanhando a Bolsa de Nova York.

    O movimento nos mercados foi influenciado pela queda de mais de 3% do petróleo no mercado internacional. A commodity foi pressionada por temores de que a reunião de países produtores na próxima semana, que ocorrerá na Argélia, não chegue a um consenso para diminuir a oferta global.

    A Arábia Saudita condicionou uma redução de sua produção de petróleo a um congelamento da oferta pelo rival Irã. Entretanto, as especulações no mercado eram de que os sauditas veriam o encontro da próxima semana apenas como uma "consulta" e não estariam esperando um acordo.

    O petróleo Brent, negociado em Londres, caía 3,23%, a US$ 46,11 o barril; o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, perdia 3,39%, a US$ 44,75 o barril.

    CÂMBIO E JUROS

    O dólar comercial fechou em alta de 0,65%, a R$ 3,2480. Na semana, no entanto, acumulou queda de 0,70%.

    A moeda americana à vista subiu 0,63%, a R$ 3,2301; na semana, recuou 1,69%.

    Segundo operadores, o cenário externo se sobrepôs mais uma vez ao interno nesta sessão, tendo como principal fator o tombo do petróleo.

    Pela manhã, como tem ocorrido nos últimos pregões, o BC leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões.

    DÓLAR
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    NOTAS DE DÓLAR

    Os juros futuros mantiveram a trajetória de baixa, com a projeção do mercado de um corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central na reunião de política monetária de outubro.

    As apostas de redução dos juros subiram após a forte desaceleração do IPCA-15 de setembro.

    Em evento na noite desta quinta-feira (22), o presidente do BC, Ilan Goldfajn, repetiu que o BC precisa, antes de reduzir os juros, ver avanços em relação à persistência dos efeitos do choque de alimentos na inflação.

    A equipe de análise da Lerosa Investimentos ressalta, em relatório, que, além da desaceleração da inflação, os juros futuros recuam com uma ligeira melhora da expectativa em relação ao ajuste fiscal.

    "Após o ministro da Fazenda [Henrique Meirelles] se comprometer com a aprovação da PEC dos gastos, os investidores parecem convencidos de que há uma condição favorável à queda dos juros já a partir da próxima reunião do Copom [Comitê de Política Monetária do BC]", escrevem os analistas da Lerosa.

    O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de de 13,835% para 13,820%. O contrato de DI para janeiro de 2018 recuou de 12,250% para 12,220%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 caiu de 11,720% para 11,710%, ambos nos menores patamares desde o final de janeiro do ano passado.

    O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, no entanto, subia 2,25%, aos 273,277 pontos, refletindo a alta do dólar.

    BOLSA

    O Ibovespa terminou a sexta-feira em queda de 0,50%, aos 58.697,00 pontos, mas, na semana, o índice acumulou alta de 2,83%. O giro financeiro foi de R$ 5,6 bilhões.

    "A sexta-feira foi de realização de lucros nas Bolsas, potencializada pelo recuo do petróleo", resumiu um operador.

    Influenciadas pelo recuo da commodity, as ações da Petrobras perderam 2,21%, a R$ 13,69 (PN), e 3,66%, a R$ 14,97 (ON).

    A estatal informou nesta sexta-feira que seu conselho de administração aprovou a venda da malha de gasodutos do Sudeste ao consórcio liderado pela canadense Brookfield por US$ 5,19 bilhões, o que já era esperado pelo mercado.

    As ações da Vale ganharam 0,59%, a R$ 15,33 (PNA), e 0,56%, a R$ 17,65 (ON), ajudadas pela alta do minério de ferro na China.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caiu 0,24%; Bradesco PN, -0,20%; Bradesco ON, estável; Banco do Brasil ON, -2,13%; Santander unit, -0,77%; e BM&FBovespa ON, -1,62%.

    As ações ON das empresas do setor de educação Kroton e Estácio perderam 4,86% e 4,19%, respectivamente, entre as maiores baixa do Ibovespa. Os papéis foram pressionados pela notícia de que o Ministério da Educação deve cerca de R$ 5 bilhões em repasses do Fies (programa de financiamento estudantil) às instituições de ensino superior.

    EXTERIOR

    Em Nova York, o índice S&P 500 terminou a sessão em baixa de 0,57%; o Dow Jones, -0,71%; e o Nasdaq, -0,63%.

    As Bolsas europeias foram pressionadas por dados fracos de atividade na região. A Bolsa de Londres fechou em queda de 0,03%; Paris, -0,47%; Frankfurt, -0,44%; Madri, -1,25%; e Milão, -1,11%.

    Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,47%. O índice de Xangai caiu 0,28%. No Japão, o índice Nikkei recuou 0,32%

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