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    Brasil fecha 34 mil vagas de trabalho com carteira assinada em agosto

    LAÍS ALEGRETTI
    DE BRASÍLIA

    23/09/2016 16h20 - Atualizado às 19h24

    Marcos Santos/USP Imagens
    Fotos Públicas. Foto: Marcos Santos / USP Imagens. Medo de perder emprego aumenta 5,4%, mostra pesquisa da CNI. Carteira de trabalho, desemprego, emprego
    Agosto foi o 17º mês consecutivo com saldo negativo nas vagas de trabalho

    Pelo 17º mês consecutivo, o mercado de trabalho brasileiro demitiu mais do que contratou. Em agosto, o país fechou 34 mil postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Ministério do Trabalho.

    Apesar de o resultado ter sido negativo, houve melhora em relação ao volume de demissões ocorridas em agosto de 2015, quando foram encerradas 86,5 mil vagas. O Ministério do Trabalho avaliou que a perda de empregos "foi significativamente menor" que no mesmo período do ano passado.

    Saldo das vagas no emprego formal - Série com ajustes, em mil

    No acumulado do ano, no entanto, o resultado continua batendo recorde negativo. De janeiro a agosto, foram fechadas 651,3 mil vagas. É o pior resultado da série histórica do governo, que tem início em 2002.

    No ano passado, esse saldo estava negativo em 572,8 mil nos oito primeiros meses. Nos outros anos, o resultado acumulado era positivo —ou seja, as contratações superavam as demissões.

    Em 12 meses, o país acumula uma perda de 1,7 milhão de vagas de trabalho.

    SETORES

    O fechamento de vagas em agosto não foi maior devido às contratações na indústria de transformação. O setor gerou 6,3 mil postos de trabalho no mês passado. Esse resultado foi puxado principalmente pela área de alimentação e bebidas, que fez 8,68 mil novas contratações e pela indústria de calçados e têxtil, que abriram, cada uma, mais de 2.000 postos de emprego formal. Por outro lado, a maior redução foi na indústria de borracha, fumo e couros, que fechou 3,8 mil vagas.

    Os outros setores que criaram vagas no mês passado foram a indústria extrativa mineral (366) e o comércio (888).

    O setor que mais demitiu em agosto foi a construção civil (22,1 mil), seguido pela agricultura (15,4 mil) e pelo setor de serviços (3,01 mil).

    REGIÕES

    O Nordeste foi responsável pela maior criação de vagas de trabalho: 19,4 mil. O resultado positivo foi puxado pela contratação líquida de mais de 9.000 trabalhadores em Pernambuco. A outra região do país que contratou mais que demitiu foi o Sul, com um saldo de 1,85 mil.

    Por outro lado, o Sudeste respondeu pelo maior número de vagas encerradas: 50,8 mil. A maior parte desse resultado se deve ao desempenho negativo do mercado de trabalho no Rio de Janeiro, onde as demissões superaram as contratações em 28,32 mil.

    O resultado do Rio de Janeiro —a maior queda entre os Estados— é reflexo do fechamento de vagas nas áreas de comércio e administração de imóveis (8,4 mil), além de serviços de alojamento e alimentação (4,5 mil). Esses dados, segundo o Ministério do Trabalho, foram influenciados pelo fim dos Jogos Olímpicos de 2016.

    A cidade do Rio perdeu 17.541 vagas, sendo a maior parte (8.104) no setor de serviços, seguido pela construção civil (5.730) e pela indústria da transformação (2.539).

    "Esse resultado bastante negativo do Rio de Janeiro é um ponto fora da curva e acabou acentuando o resultado negativo do Sudeste. Olhando pelos subsetores, é possível verificar a relação com atividades ligadas ao turismo", destacou Mário Magalhães, coordenador-geral de estatísticas do trabalho do Ministério do Trabalho.

    É possível que o fim da Olimpíada e da Paraolimpíada tenha impacto no resultado do mercado de trabalho do Rio também no mês de setembro, mas a alteração deve ser menor que a registrada em agosto, segundo Magalhães. Isso porque o fim do ano costuma ser um período melhor para a contratação de funcionários, o que pode compensar parte dessas demissões e gerar um resultado "menos negativo" no mês.

    O Centro-Oeste encerrou 2,6 mil postos de trabalho e o Norte, 1,8 mil.

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