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    Emirados Árabes dizem que apoiam congelamento da produção de petróleo

    DA REUTERS

    26/09/2016 09h58 - Atualizado às 10h18

    Karim Sahib/AFP
    Homem em frente a terminal de óleo de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos
    Homem em frente a terminal de óleo de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos

    Os Emirados Árabes disseram nesta segunda-feira (26) que vão apoiar um congelamento da produção global de petróleo para sustentar os preços, enquanto alguns delegados da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) projetam que um encontro na Argélia nesta semana ainda conseguirá produzir um acordo para restringir a oferta.

    Os preços do petróleo caíram mais da metade em relação aos níveis de 2014 devido a um excedente ao redor do planeta, levando membros da Opep e a Rússia, que não integra o grupo, a buscar um reequilíbrio que possa elevar receita com exportações e ajudar a recuperar os orçamentos nacionais.

    A ideia predominante desde o início de 2016 entre produtores tem sido um acordo para limitar a produção, embora observadores do mercado tenham dito que esse movimento será incapaz de enxugar o excedente de oferta.

    Fontes disseram à Reuters na semana passada que a Arábia Saudita havia oferecido um corte de produção se o Irã aceitasse congelar os níveis de bombeamento, em uma mudança na posição de Riad, já que os sauditas vinham se recusando a discutir cortes.

    Com as delegações encontrando-se em Argel, alguns ministros e autoridades expressaram esperanças de que um acordo possa surgir nesta semana.

    "Se todos os membros da Opep estiverem em acordo sobre uma decisão, eu penso que há alta probabilidade de conseguir o apoio de outros, especialmente da Rússia", disse à Reuters o ministro de Energia dos Emirados Árabes, Suhail bin Mohammed al-Mazroui.

    "Para nós nos Emirados Árabes, apoiamos uma decisão. Achamos que um congelamento irá ajudar, se houver acordo. Nós esperamos que todos concordem."

    Um delegado da Opep de fora do Golfo Pérsico disse: "Nós esperamos que haja um congelamento da produção. Nós esperamos que haja um pré-acordo."

    O foco dos delegados tem sido persuadir o Irã a congelar a produção em níveis aceitáveis para o resto da Opep, disse outro delegado.

    RÚSSIA

    O ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, voa para a Argélia nesta semana para conversas com a Opep sobre cortes na produção, mas o cenário doméstico russo indica que o país ainda está pouco preparado para qualquer ação coordenada sobre a produção.

    As quatro maiores petroleiras russas, responsáveis por três quartos da oferta no maior produtor mundial de petróleo, dizem todas que estão elevando a produção no próximo ano após atingir níveis recordes nos últimos meses.

    Sem dúvida, todas essas companhias obedeceriam a uma ordem do presidente Vladimir Putin para reduzir a produção.

    Mas até o momento Putin não teve nenhum encontro com as maiores petroleiras russas, estatais ou privadas, e mesmo o ministro de Energia ainda não realizou tais consultas para avaliar detalhes e logísticas referentes a uma eventual ação sobre a produção.

    "Nós achamos que isso é impossível de se aceitar... ninguém confia em ninguém, todo mundo tem apenas elevado a produção (dentro e fora da Opep)", disse uma fonte na maior produtora russa, Rosneft.

    As petroleiras russas planejam elevar a produção em cerca de 1,6%, em média, em 2017, segundo projeções das empresas e cálculos da Reuters, beneficiando-se de um rublo mais fraco e menores custos domésticos. Analistas do banco suíço UBS veem uma alta de 2,7% na produção de petróleo russa no próximo ano.

    "A produção está batendo novos recordes... seria estúpido congelar a produção, sem falar em reduzir, uma vez que os cofres públicos precisam de dinheiro e as companhias estão iniciando novos campos", disse uma fonte próxima ao ministro de Energia.

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