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O senador do PSDB Aécio Neves (dir.) disse que proposta não será condicionada ao calendário eleitoral |
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Friday, 03-May-2024 14:43:00 -03PSDB flexibiliza prazos e admite envio da Previdência após eleições
DANIEL CARVALHO
MARINA DIAS
DE BRASÍLIA27/09/2016 16h48
Após reunião fora da agenda oficial com o presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) admitiu nesta terça-feira (27) flexibilizar prazos e disse que a reforma da Previdência deve ser enviada ao Congresso "quando estiver pronta", sem ser "condicionada" ao calendário eleitoral.
A posição é diferente da adotada até aqui pelo PSDB. Os tucanos cobravam publicamente austeridade fiscal por parte do governo e pressionavam para que o texto fosse encaminhado ao Legislativo o quanto antes, o que chegou a gerar um racha dentro do Planalto, com ministros defendendo prazos divergentes.
Reforma da Previdência Veja as principais notícias sobre a proposta Temer estuda deixar reforma da Previdência para depois das eleições Cresce participação de aposentados na força de trabalho Proposta de reforma da Previdência exige mais 10 anos de contribuição Transição para nova Previdência pode ser mais longa para mulheres "Defendo que siga para o Congresso quando estiver pronta. O PSDB é claro na defesa dessa proposta, só quando tiver amadurecida. Não cobrei do presidente Temer este prazo. Não deve ser condicionada ao calendário eleitoral e o presidente concorda nessa direção. Não vejo o presidente preocupado com o envio antes ou depois das eleições", afirmou Aécio.
O presidente do PSDB defendeu ainda que o envio e a discussão da proposta devam ser feitos "este ano", mas admitiu que a votação vai acontecer somente no "primeiro semestre" de 2017.
Dois dos principais auxiliares de Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) tinham opiniões diferentes quanto à data para o envio da proposta. O primeiro queria que isso fosse feito o quanto antes, enquanto Geddel defendia que o projeto fosse ao Congresso somente após as eleições para não atrapalhar candidatos governistas em suas campanhas.
A divergência provocou idas e vindas na decisão do próprio Temer que, há duas semanas, prometeu ouvir diversos setores antes de bater o martelo. No entanto, nenhuma reunião foi marcada.
Nesta terça, o presidente e seus ministros devem discutir o assunto e levar uma definição sobre a data para os líderes da base aliada em jantar marcado no Palácio da Alvorada.
TETO DE GASTOS
Na reunião do Alvorada, o objetivo central será discutir a aprovação do projeto que limita os gastos públicos do governo, considerado prioridade da equipe econômica de Temer, e fechar uma data para a votação.
Diante de inúmeras emendas já apresentadas por parlamentares, Aécio defendeu a necessidade de "não se mexer na estrutura do texto", assim como quer o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O tucano disse que o Planalto tem maioria para aprovar tanto a PEC do teto como a reforma da Previdência. A primeira votação, segundo ele, deve acontecer, até novembro.
BOLSA FAMÍLIA
Segundo Aécio, o propósito da reunião com Temer era discutir políticas sociais e o projeto do tucano que, desde a campanha presidencial de 2014, quer tornar o Bolsa Família uma "política de Estado". Dessa forma, qualquer governo estaria obrigado a manter o programa, vitrine da gestão petista.
Outro ponto defendido pelo presidente do PSDB é a manutenção do Bolsa Família por seis meses para beneficiários que conseguirem um emprego.
"Pode parecer, para algumas pessoas, estranho, mas não é, porque o que temos constatado no país inteiro é o receio de beneficiários do Bolsa Família de arriscarem um emprego com carteira assinada sem saber até quando vai ficar naquele emprego e, depois, perder e não conseguir retornar ao programa".
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