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    Vale fecha acordo de US$ 768 mi em venda de ativos na África para Mitsui

    DA REUTERS

    29/09/2016 17h19

    Divulgação
    Crditos: Agncia Vale Mina Carvo Moatize, em Moambique Ptio de estocagem (agosto/2011) ***DIREITOS RESERVADOS. NO PUBLICAR SEM AUTORIZAO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***LEGENDA DO JORNALMina de carvão Moatize
    Pátio de estocagem da mina de carvão Moatize, em Moçambique

    A mineradora Vale informou nesta quinta (29) que fechou acordo para receber US$ 768 milhões (R$ 2,5 bilhões) com a venda de participações na mina de carvão de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala (CLN), em Moçambique, à empresa japonesa Mitsui.

    A maior produtora de minério de ferro do mundo, que busca até 2017 reduzir sua dívida líquida em US$ 10 bilhões (R$ 32,6 bilhões) com medidas como os desinvestimentos, havia anunciado o acordo com a companhia japonesa no fim de 2014, mas novos termos do negócio só foram fechados agora.

    O acerto com a Mitsui no país africano integra uma meta de a companhia obter de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões (R$ 13 bi a R$ 19,6 bi) com a venda de ativos, no biênio 2016-2017, nos chamados "negócios anunciados" —essa nova meta revisada na véspera, aliás, ficou US$ 1 bilhão abaixo da projeção divulgada no início do mês.

    No acordo revelado nesta quinta, a Vale diz estar em negociações avançadas para concluir um "project finance" [modelo de financiamento em que a receita futura do projeto serve como garantia] de US$ 2,7 bilhões (R$ 8,77 bilhões).

    "Continuamos trabalhando no project finance, que aliás está bastante adiantado com diversas instituições financeiras internacionais, incluindo bancos japoneses...", disse o presidente da Vale, Murilo Ferreira, em vídeo, ao comentar o assunto.

    Segundo a brasileira, nos novos termos, a Mitsui acordou em pagar US$ 255 milhões (R$ 828,5 milhões) por 15% da fatia de 95% que a Vale tem na mina de carvão de Moatize.

    A Mitsui também pagará US$ 348 milhões (R$ 1,49 bilhão) por metade dos 70% de participação que a mineradora tem no corredor logístico, que prevê conectar Moatize ao porto de Nacala.

    Um empréstimo da Mitsui a "longo prazo" para o CLN, de US$ 165 milhões (R$ 536 milhões) também está previsto no novo acordo.

    No acordo, a Vale explicou ainda que a Mitsui pode pagar uma contribuição adicional de até US$ 195 milhões (R$ 633,6 milhões) pela participação na mina, condicionados ao atingimento de certas condições, incluindo o desempenho da mina.

    A produção de Moatize foi de 1,251 milhão de toneladas no segundo trimestre de 2016, segundo o último relatório de produção da Vale.

    DESINVESTIMENTOS

    No plano de desinvestimento total para 2016-2017, que inclui "negócios anunciados" como Moatize, potenciais e outros já concluídos neste ano, a Vale espera obter até US$ 13,1 bilhões (R$ 42,7 bilhões), ante cerca de US$ 14 bilhões (R$ 45,6 bilhões) previstos anteriormente.

    Em um período de baixa dos preços do minério de ferro, principal comodity da Vale, tais negócios tentam fazer frente a projetos como o de Moçambique, estimado inicialmente em cerca de US$ 4,4 bilhões (R$ 14,3 bilhões). Cerca de US$ 2 bilhões (R$ 6,5 bilhões) já foram empenhados segundo a empresa.

    A companhia afirma que a conclusão da transação de equity continua relacionada ao êxito da conclusão do project.

    "Este é um projeto muito importante, não só para Vale, mas também para Brasil e Japão, países que estão representados em Moçambique em momento em que ao carvão volta a ter um fôlego significativo em termos de preço", afirmou Ferreira.

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