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O empresário Gustavo Paulillo recebeu aporte de investidor-anjo na sua empresa, Agendor |
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Mercado
Saturday, 04-May-2024 09:56:07 -03Financiamento deve levar em conta qual o estágio do negócio
ANNA RANGEL
DE SÃO PAULO05/10/2016 02h00
Depois da abertura, o próximo passo no ciclo de vida da empresa é garantir o financiamento. Quem tem urgência em receber pode recorrer aos bancos, mas há outras opções, como investidores e até bolsas para inovação.
Cada estratégia deve levar em conta em que fase está o negócio, segundo Thiago de Carvalho, professor de empreendedorismo do Insper.
"É uma mistura de urgência na captação, modelo de negócio e disposição para ceder uma parte do controle ao investidor", afirma. No início, ele aconselha o uso de recursos próprios ou de um investidor-anjo, que pode auxiliar na gestão (veja cada tipo de investimento ao lado).
O "anjo" foi a escolha da Agendor, que cria sistemas de gestão de relacionamento com o cliente para empresas. Ela recebeu R$ 1,2 milhão no final de 2014.
"Como os investidores já têm experiência no setor em que atuamos, podemos trocar informações. O mais difícil é conciliar todas as ideias para tomar decisões", diz Gustavo Paulillo, 28, sócio da Agendor. O investimento inicial da empresa, do próprio bolso, foi de R$ 50 mil.
O investidor ajuda, mas tem hora para sair do negócio, segundo o consultor do Sebrae-SP José Carlos Aronchi. "Ele vai estabelecer em quanto tempo receberá o valor investido, e entra já pensando nessa saída", afirma.
SEM AJUDA
A empresária Fabiany Lima, 37, não queria mentoria para gerir a TimoKids, que produz materiais educativos online. Assim, cedeu 15% da empresa para um grupo de investidores individuais pela plataforma de financiamento coletivo Broota. "Queríamos captar rápido e não ter interferência, o que já se previa no contrato", afirma ela.
Em qualquer modalidade de captação, é preciso ter um plano de negócios formado, além de planejamento financeiro e projeções para os próximos anos, afirma Dariane Fraga, professora da FIA (Fundação Instituto de Administração)."Além de ter subsídios pra convencer um investidor, é preciso se organizar para pagar os dividendos a ele no momento da saída."
Também há cada vez menos espaço para investimentos baseados apenas em uma ideia, afirma o diretor-executivo da ABStartups (Associação Brasileira de Startups) Rafael Ribeiro.
"Algumas empresas pedem centenas de milhares de reais sem ter posto o produto na rua."
Quem tem projetos de inovação pode pedir fundos governamentais de fomento, embora o processo possa ser demorado. "Sobra dinheiro nas agências do tipo e há oportunidades", diz Aronchi.Outra opção é o financiamento dos bancos, mas os juros podem desmotivar. Para isso, há alternativas mais baratas. "O BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] tem fama de inacessível, mas alguns bancos, como Caixa e Bradesco, podem intermediar o contato", diz o consultor do Sebrae-SP, Wagner Paludetto.
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ALTERNATIVAS DA PEQUENA EMPRESA
Há modalidades de financiamento e investimento dentro e fora dos bancosMICROCRÉDITO
Bancos de varejo privados ou públicos emprestam valores pequenos, para complementar o investimento inicial ou para compra de materiais logo após a criação do negócioQUEM DEVE USAR
Microempresas ou de pequeno porte, que dependem de baixíssimo investimento inicialEMPRÉSTIMO CONVENCIONAL
Trata-se da modalidade mais comum de captação, principalmente se há urgência para receber os recursos. Não é preciso prestar contas sobre a gestão para o banco, mas é imprescindível ter um planejamento financeiro para não se enforcar com as taxas de juros, que são altasQUEM DEVE USAR
Negócio já estruturados, capazes de fazer um planejamento para pagar a dívidaFUNDOS DE INOVAÇÃO
A Fapesp, o Finep e o Sistema S são os maiores fundos do tipo. É preciso submeter um projeto, mesmo que incipiente, de um produto ou serviço que traga inovação à cadeia produtiva. Há opções na qual o empreendedor não precisa arcar com a dívida caso a iniciativa não dê certo. O primeiro aporte pode chegar a R$ 200 mil e subir a até R$ 1 milhão em rodadas posteriores. Algumas instituições abrem editais para todos os setores e oferecem chamadas periódicas para protótipos.QUEM DEVE USAR
Organizações de pequeno e médio porte que investem em soluções inovadoras, mesmo que em estágios iniciaisINVESTIMENTO ANJO
É o aporte efetuado por pessoas físicas com capital próprio, em geral empreendedores já consolidados, e que participam das decisões da companhia. O investidor injeta capital em empresas que podem devolver um alto retorno sobre o valor inicial, por um período determinado de tempo estabelecido em contratoQUEM DEVE USAR
Essa modalidade é indicada para quem tem uma empresa já estruturada, mas precisa de ajuda para viabilizar seu crescimentoINVESTIMENTO PRÓPRIO
Os empreendedores tiram dinheiro do próprio bolso e se pagam com o retorno do investimento inicial. Nesse caso, o próprio lucro do negócio é reinvestido no crescimento. Valores aportados por amigos e familiares para alavancar a empresa logo no início, com pagamento de juros baixos, sem garantias nem participação societária, também se encaixam nessa categoriaQUEM DEVE USAR
Indicado para as fases iniciais da empresa, quando o empresário não quer ceder parte do controleFINANCIAMENTOS
Há opções no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com taxas de juros mais baixas que as de mercado, mais tempo para saldar a dívida e abertura para renegociação em caso de inadimplência. Bancos públicos, como a Caixa, e alguns privados fazem a intermediaçãoQUEM DEVE USAR
Destinado a quem quer aumentar a capacidade produtiva sem ceder
uma fatia da empresaEQUITY CROWFUNDING
Diferente do crowdfunding comum, no qual o investidor recebe brindes ao contribuir, nessa modalidade é oferecida uma participação da própria empresa em troca do investimento feito por um grupo de usuários com intermédio de sistemas como Broota, StartMeUp e EuSocioQUEM DEVE USAR
Empresas mais avançadas, em fase de crescimento acelerado. O apelo é maior para organizações com impacto socialFUNDO DE INVESTIMENTOS
É o aporte de capital realizado por grupos financeiros para apoiar negócios em troca de uma participação acionária. Nesse caso, os investidores também participam das decisões e em geral oferecem consultoria para ela cresça mais rápidoQUEM DEVE USAR
Empresas já consolidadas e com faturamento significativo, já que o investimento é alto. Os fundos não apostam em ideias ou organizações em estágios iniciaisFontes: Sebrae-SP, Associação Brasileira de Startups e Thiago de Carvalho, professor de empreendedorismo do Insper
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