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    BNDES suspende desembolsos para 25 projetos de empresas da Lava Jato

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    11/10/2016 17h46

    Rafael Andrade/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, 30.01.2009: PRÉDIO-BANCO - Prédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) na avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro. (Foto: Rafael Andrade/Folhapress)
    Prédio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) no centro do Rio de Janeiro

    O BNDES suspendeu temporariamente os desembolsos de recursos para 25 projetos de exportação de serviços de empresas investigadas pela Operação Lava Jato.

    A decisão foi tomada em maio, em resposta a ação da AGU contra as empresas, mas divulgada apenas nesta terça-feira (11), em entrevista para detalhar a nova política do banco para financiar a exportação de serviços.

    Os projetos que tiveram os desembolsos suspensos somam US$ 7 bilhões, dos quais US$ 2,3 bilhões já foram desembolsados.

    São projetos de exportação de serviços de engenharia contratados por Argentina, Cuba, Venezuela, Guatemala, Honduras, República Dominicana, Angola, Moçambique e Gana às empreiteiras Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

    O diretor do banco para exportações, Ricardo Ramos, explicou que não houve qualquer desembolso a esses projetos desde maio, enquanto o banco trabalhava na elaboração da nova política de exportações de serviços.

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    Todos eles serão reavaliados com base na nova política e existe a possibilidade de que alguns sejam cancelados.

    "É uma política mais seletiva", disse Ramos, classificando a mudança como uma "resposta à sociedade". Os termos respondem a determinações do TCU.

    O crescimento das exportações de serviços do banco tem sido alvo de investigações do Ministério Público Federal (MPF).

    De acordo com Ramos, o banco passará agora a avaliar e monitorar os impactos dos projetos no exterior, além de acompanhar as obras de perto.

    Até agora, a análise de cada projeto ficava no potencial de geração de divisas com a exportação de bens nacionais para as obras no exterior.

    "É importante definir indicadores que possam dar resposta à sociedade sobre quais benefícios esses projetos têm", disse.

    Com relação aos projetos suspensos temporariamente, a reavaliação vai considerar o avanço físico da obra, a existência de outras fontes de financiamento, a exposição do banco ao risco e a assinatura de um termo de compliance (governança).

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