• Mercado

    Saturday, 27-Apr-2024 22:14:38 -03

    Estudo sobre PEC do Teto gera divergências dentro do Ipea

    DE BRASÍLIA

    11/10/2016 22h32

    A direção do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, contestou um estudo sobre a PEC do teto de gastos publicado por dois de seus servidores.

    O texto dos pesquisadores Fabiola Sulpino Vieira e Rodrigo Pucci de Sá e Benevides, publicado em setembro, aponta uma perda de até R$ 743 bilhões em recursos para a saúde com a PEC, que passou pela primeira votação Câmara nesta segunda-feira (10).

    O estudo foi citado nesta terça-feira (11) por dois colunistas da Folha: Bernardo Mello Franco e Cláudia Collucci.

    No final do dia, o presidente do Ipea, Ernesto Lozardo, publicou nota na qual afirma que o estudo "Os impactos do novo regime fiscal para o financiamento do sistema único de saúde e para a efetivação do direito à saúde no Brasil" é de inteira responsabilidade dos autores e não representa a posição do Planejamento ou do instituto.

    A direção do Ipea também levanta dez pontos em que critica o trabalho técnico. Segundo Lozardo, as estimativas levam em conta que será imposto um limite máximo às despesas com saúde, sendo que a PEC define qual será o mínimo e permite que o governo continue a gastar mais do que o piso, por exemplo.

    "O estudo também não considera o efeito positivo da recuperação da economia na arrecadação de Estados e municípios, o que resultará indiscutivelmente em mais recursos para a saúde", diz o presidente do Ipea ao criticar outro ponto do estudo.

    A direção da instituição afirma que a posição institucional do Ipea é favorável à PEC 241, por entender que ela possibilitará o equilíbrio das contas federais e um novo círculo virtuoso de crescimento. "Assim, o país poderá almejar o aumento da renda e do emprego, e a redução da pobreza", diz Lozardo.

    Críticas da direção do Ipea a trabalhos de seus pesquisadores não é algo incomum. Durante o governo Lula, o instituto passou por uma reformulação, com o afastamento de técnicos críticos à política econômica da época e a proibição da divulgação de alguns trabalhos.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024