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    Temer se reúne com FHC para discutir medidas para recuperar a economia

    DANIEL CARVALHO
    GUSTAVO URIBE
    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    12/10/2016 16h05 - Atualizado às 19h44

    Giovanni Bello - 19.mai.2016/Folhapress
    Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista em maio de 2016
    Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em entrevista em maio de 2016

    O presidente Michel Temer assumiu o protagonismo na relação com o PSDB para evitar que as atuais divergências internas no partido atrapalhem a gestão federal justamente no momento em que tenta aprovar medidas econômicas polêmicas no Congresso Nacional.

    Temer convidou para um almoço no Palácio do Jaburu nesta quarta-feira (12) o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do partido. Também participaram do almoço o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Gilmar Mendes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde tramitam cinco ações contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.

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    Geddel disse que a reunião foi um "encontro de amigos", quando conversaram apenas amenidades. O ministro disse que o presidente não fez qualquer pedido a FHC. "Nem caberia. Não foi um encontro administrativo", afirmou o responsável pela relação entre Planalto e Congresso.

    "Foi uma conversa de velhos amigos. Foi uma conversa geral, uma avaliação de momento. O pessoal está otimista com o bom resultado da eleição, da aprovação da PEC [que limita gastos públicos] para refazer a situação muito difícil do país", afirmou Gilmar Mendes, segundo quem FHC disse que era preciso "ter rumo, que as pessoas precisam sentir uma liderança".

    As divergências internas do PSDB foram potencializadas no início deste mês com a eleição municipal. Com a vitória de João Doria como prefeito de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (SP) ganhou força e agora disputa com o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), o controle do partido.

    Como a Folha mostrou nesta quarta-feira, a tese dos apoiadores de Alckmin é a de que se Aécio não demonstrar que está disposto a abrir espaço no comando da legenda ao governador de São Paulo, a ala ligada a ele poderá apoiar uma candidatura alternativa à dos tucanos para a presidência da Câmara, no início do próximo ano.

    Assim como os interlocutores do Planalto, tucanos também minimizam o encontro entre Temer e FHC e dizem que esta não é a primeira conversa entre os dois.

    "Fernando Henrique tem uma boa relação com ele. Lula e Dilma não ouviam. Temer está dando outro sinal, está valorizando [a experiência de FHC], disse o deputado federal Sílvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB.

    O peemedebista fez o convite ao tucano por telefone na terça-feira (11), quando falaram sobre a necessidade de uma mobilização também no Senado Federal para a aprovação da proposta de teto de gastos públicos.

    No almoço, FHC elogiou a aprovação em primeiro turno da iniciativa na Câmara dos Deputados e disse que o mercado financeiro reagiu bem à proposta.

    De acordo com relatos, ele disse ainda acreditar que o PSDB se empenhará também no Senado Federal para aprovar a proposta. Na Câmara dos Deputados, o partido votou em peso a favor da medida.

    Segundo a Folha apurou, há pelo menos uma semana o peemedebista e o tucano tentavam marcar um encontro para discutir a situação do país.
    Com viagem para a Índia marcada para quinta-feira (13), para participar de encontro do Brics, Temer decidiu realizá-la antes do embarque.

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