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    Burocracia barra entrada de produtos brasileiros na Bolívia

    FERNANDA PERRIN
    DE SÃO PAULO

    16/10/2016 02h00

    Setores exportadores brasileiros vêm tendo problemas para entrar no mercado boliviano desde agosto.

    Em maio, o governo Evo Morales decretou que importações de vestuário, calçados e móveis precisariam de uma licença prévia para entrar no país. A autorização tem duração de 60 dias. Depois desse prazo, deve ser renovada.

    A Vulcabras, dona das marcas Azaleia, Dijean e Olympikus, está com cerca de US$ 1 milhão em mercadorias paradas no Brasil por falta de emissão da licença, afirma o gerente de mercado externo Claudiomiro Gregório.

    Segundo ele, desde agosto a empresa não consegue autorização para enviar os produtos à Bolívia. A preocupação da empresa é perder a alta temporada de vendas com as festas de fim de ano.

    O setor moveleiro também enfrenta problemas com a emissão das licenças. "É uma espécie de barreira não tarifária", diz Cândida Cervieri, diretora-executiva da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário).

    A entidade não tem estimativas de quantas mercadorias estariam represadas.

    Além do atraso na emissão das licenças, outra crítica dos exportadores é ao prazo de duração de 60 dias, que seria curto demais pensando em uma operação de comércio exterior, que envolve um planejamento mais longo.

    Entre janeiro e setembro, as exportações de calçados para a Bolívia caíram 18% em comparação com o mesmo período do ano passado, e as de móveis, 11%. No total, o intercâmbio do Brasil com o país recuou 2%.

    Entidades representantes dos setores afetados levaram o problema para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), que acionou o Ministério das Relações Exteriores, que afirmou estar tratando a questão com as autoridades bolivianas.

    A Embaixada da Bolívia no Brasil não respondeu ao contato da reportagem.

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