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    Temer diz que crise será superada com responsabilidades fiscal e social

    ISABEL FLECK
    ENVIADA ESPECIAL A GOA (INDIA)

    16/10/2016 09h30 - Atualizado às 11h41

    Em discurso para os líderes dos Brics (Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul) em Goa, na Índia, o presidente Michel Temer disse neste domingo (16) que a superação da crise econômica brasileira "será a combinação da responsabilidade fiscal com a responsabilidade social", num recado também ao público brasileiro.

    "Responsabilidade fiscal é, para nós, um dever maior e tarefa urgente. Sem ela, põem-se em risco os avanços sociais do Brasil", afirmou. "Mas temos consciência de que a responsabilidade fiscal, por si só, não basta. Dela, é indissociável a responsabilidade social, como duas faces da mesma moeda."

    No entanto, Temer, que tem sido contestado por muitos setores pela proposta de emenda à constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos do governo por 20 anos, disse que responsabilidade social significa, antes de mais nada, a geração de empregos –que depende de um ajuste.

    "Só teremos emprego com crescimento, e só teremos crescimento com o equilíbrio das contas públicas", afirmou.

    Ele citou ainda a necessidade de "serviços públicos mais eficientes" e de "revalorização de nossa proteção social". "É o que temos feito com saúde, educação e com programas de transferência de renda."

    'COLHER OS FRUTOS'

    A dezenas de empresários dos países dos Brics que também participaram da cúpula, Temer tentou passar uma imagem de que o Brasil já iniciou sua recuperação e oferece agora "estabilidade política, com segurança jurídica e com grande mercado consumidor".

    "Já começamos a colher os frutos. O Brasil começa a entrar nos trilhos. As previsões para a economia brasileira em 2017 já melhoraram", disse o presidente. "A inflação, sabem todos, dá sinais de desaceleração. Os índices de confiança da indústria e do consumidor registram seguidas altas."

    Temer declarou que seu governo está "empenhado em promover reformas que trarão de volta o crescimento e o emprego" e em "melhorar o ambiente de negócios".

    O presidente citou o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), lançado em setembro, que segundo ele foi fundado por seu governo em "regras estáveis" e afirmou ainda que as agências reguladoras "voltarão a ter papel efetivo de supervisão".

    Aos líderes dos Brics, Temer afirmou que será enviada "em breve" ao Congresso a reforma da Previdência, que tornaria o sistema "sustentável e mais justo".

    "Queremos uma seguridade social que elimine privilégios e possa servir a todos, no médio e no longo prazo. Queremos preservar a saúde fiscal do Estado", disse, sem explicar quais seriam esses privilégios.

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