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    Companhias aéreas apostam em jatos mais econômicos

    JOANA CUNHA
    ENVIADA ESPECIAL A TOULOUSE

    18/10/2016 02h00

    Joana Cunha/Folhapress
    fabrica da Airbus em Toulouse, onde e produzido o modelo A320neo Foto:Joana Cunha/Folhapress
    Fábrica da Airbus em Toulouse, na França

    Uma busca incessante das companhias aéreas, a economia de combustível vai avançar a partir deste ano com a chegada de uma nova geração de aeronaves de motor mais eficiente às frotas que rodam no Brasil.

    A Avianca Brasil recebeu na semana passada seu primeiro A320neo, um avião da fabricante Airbus cujo motor tem tecnologia para diminuir em pelo menos 15% a queima do querosene de aviação.

    Ele também leva o dispositivo "sharklet", uma curva na ponta da asa cujo design reduz o arrasto, poupando a queima de combustível.

    No total, 62 aviões do mesmo modelo foram encomendados pela Avianca Brasil para os próximos anos.

    Há cerca de um mês, foi a Latam quem recebeu seu A320neo, que já está operando rotas domésticas no Brasil e a partir de novembro vai alcançar rotas regionais na América do Sul. Na Latam, a encomenda é de 55 aviões.

    A Azul também aguarda a chegada de 35 deles, na mesma tendência de busca de eficiência no consumo de combustível, em um momento em que as companhias brasileiras diminuem a oferta de assentos e voos para reagir à queda na demanda provocada pela crise.

    A Gol tem uma solução em parceria com a Boeing, os chamados Short Field Performance, para melhorar o desempenho em pistas curtas.

    A tendência é mundial, segundo Rafael Alonso, presidente para América Latina e Caribe da Airbus. No mundo, a empresa já tem uma carteira de pedidos de mais de 4.500 neos para 87 clientes.

    No Brasil, o papel dessa tecnologia é acentuado.

    Segundo a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), o querosene de aviação representa cerca de 38% dos gastos operacionais das empresas no Brasil, uma proporção elevada se comparada à média mundial, que fica em pouco mais de 25%.

    A compra de aviões com motores mais eficientes é vista pelas aéreas do Brasil como mais uma alternativa enquanto alimentam esperanças de redução de tributos. Hoje, tramita no Senado um projeto para reduzir para 12% o teto do ICMS do querosene de aviação. Em alguns Estados, como São Paulo, o teto do ICMS chega a 25%.

    DESCARREGAR NA TINTA

    O desenvolvimento de métodos para economizar combustível é um esforço constante no setor. Geralmente abrange tecnologias que visam diminuir o peso embarcado, como cardápios de alimentos que pesam menos ou substituir manuais de papel nas aeronaves por versões digitais.

    Mas há quem proponha soluções menos cordiais ao passageiro. Recentemente, a empresa Samoa Air causou polêmica ao anunciar que passaria a cobrar passagens pelo peso do passageiro.

    Até a tinta que pinta as logomarcas pode diminuir o consumo de combustível.

    Em abril, quando a Latam estreou sua nova marca global, resultante da consolidação entre LAN e TAM, a empresa anunciou que trocaria a imagem exterior de mais de 50 aeronaves neste ano, com uma nova tecnologia de pintura, 25% mais leve que a convencional, gerando redução média de 20 quilos nos aviões.

    Segundo a Latam, para um Boeing-787, por exemplo, são usados 300 litros de tinta e 150 litros da nova tecnologia "clearcoat", verniz que protege de temperaturas extremas e desgaste aerodinâmico.

    A jornalista viajou a convite da Avianca

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