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    Bolsa sobe 1,73% e atinge maior nível desde abril de 2012; dólar cai a R$ 3,18

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    18/10/2016 18h45

    Danilo Verpa - 5.set.2013/Folhapress
    Ibovespa já sobe mais de 47% neste ano com perspectiva de melhora da economia

    O otimismo dos investidores em relação à recuperação da economia brasileira continuou nesta terça-feira (18), e o Ibovespa teve mais um pregão de forte alta.

    Com a contribuição do cenário externo favorável, o principal índice da Bolsa fechou com ganho de 1,73%, aos 63.782,21 pontos. É o maior nível desde 3 de abril de 2012 (64.284,26 pontos). O giro financeiro foi de R$ 9,9 bilhões.

    Segundo analistas, as expectativas de corte dos juros no Brasil nesta quarta-feira (19), além da menor probabilidade de elevação dos juros nos EUA em dezembro, impulsionaram o mercado doméstico.

    "O que está havendo com a Bolsa é uma combinação de fatores positivos, incluindo a aprovação da PEC do Teto em primeiro turno na Câmara, a provável redução da taxa básica de juros amanhã e a melhora dos indicadores de confiança", diz Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora. "Isso provoca um efeito manada, uma verdadeira correria à Bolsa."

    No acumulado de outubro, o Ibovespa avança 9,28%; no ano, o índice ganha 47,13%.

    As ações da Petrobras fecharam em alta de 3,07%, a R$ 17,42 (PN), e de 2,06%, a R$ 18,79 (ON).

    Os papéis da Vale subiram 2,60%, a R$ 17,35 (PNA), e 2,90%, a R$ 18,77 (ON). Entre as siderúrgicas, Gerdau PN subiu 5,03%; Metalúrgica Gerdau, +4,68%; CSN ON, +3,00%; e Usiminas PNA, +1,95%.

    Entre os bancos, Itaú Unibanco PN ganhou 1,40%; Bradesco PN, +2,43%; Bradesco ON, +2,49%; Banco do Brasil ON, +2,07%; e Santander unit, +4,37%.

    Analistas destacam ainda a alta de ações de shopping centers, consumo e de concessões de infraestrutura, por causa do possível corte da Selic, que favoreceria esses setores, além da economia como um todo.

    CÂMBIO E JUROS

    O dólar perdeu força frente à maior parte das moedas, com a leitura dos investidores de que os juros americanos subirão gradualmente. Essa percepção veio após declarações de dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) sugerindo esse gradualismo, aliadas a dados mistos sobre o ritmo da economia americana.

    Dessa forma, a probabilidade de elevação das taxas em dezembro caiu de 65,9% na segunda-feira (17) para 62,6% nesta terça-feira, segundo levantamento da agência Bloomberg. Há uma semana, esse porcentual era de 67,6%.

    No Brasil, o dólar comercial fechou em baixa de 0,81%, a R$ 3,1830; a moeda americana à vista, que encerra a sessão mais cedo, caiu 0,66%, a R$ 3,1769.

    Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 milhões.

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    NOTAS DE DÓLAR

    Analistas e operadores comentam que o dólar pode cair ainda mais nos próximos dias, com a expectativa de entrada forte de recursos por causa do prazo para a repatriação de recursos mantidos irregularmente no exterior, que termina no próximo dia 31.

    Havia a possibilidade de o prazo da repatriação fosse estendido para até meados de novembro, mas não houve acordo na Câmara para votação da mudança da lei.

    Para Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, caso essa expectativa de forte fluxo de entrada de dólares se confirme, é possível que o Banco Central tome alguma medida para evitar a volatilidade da moeda. "O BC pode aumentar o volume de contratos de swap cambial reverso ou mesmo deixar de rolar contratos de venda de dólares que vencem no fim do mês", comenta.

    O profissional diz ainda que outra medida para limitar a apreciação do real seria cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central que termina nesta quarta-feira, já que um corte menor, de 0,25 p.p. já está precificado pelos investidores.

    No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 ficou praticamente estável, passando de 13,637% para 13,635%; o contrato de DI para janeiro de 2018 subiu de 11,970% para 11,990%; e o contrato de DI para janeiro de 2021 caiu de 11,250% para 11,190%.

    O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 1,35%, aos 266,457 pontos.

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