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    Oi não venderá ativos no Brasil, diz presidente da empresa

    JOANA CUNHA
    DE SÃO PAULO

    19/10/2016 17h25 - Atualizado às 17h56

    Silvia Zamboni/Folhapress
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    Presidente da Oi afirma que foco no momento é equacionar dívida

    Marco Schroeder, presidente da Oi, afirmou em evento do setor, nesta quarta-feira (18), em São Paulo, que não haverá venda dos ativos que a companhia —atualmente em recuperação judicial— possui no Brasil.

    Ao contrário do que especulam investidores estrangeiros e concorrentes, Schroeder diz que a empresa "não acredita em venda de ativos neste momento" e que "vai focar na renegociação da dívida".

    Ele cogita apenas a venda de participações que a Oi tem fora do país, como África e Timor. Nestes locais, segundo o executivo, já houve conversas com interessados, mas ainda não aconteceu um negócio porque não apareceram "ofertas justas".

    "Temos umas quatro ou cinco participações na África. São telefonias móveis, muitas vezes, líderes de mercado. Tem operações importantes aí. Prefiro não falar em valores, mas podem ser uma fonte de recursos para ajudar a redesenhar este momento da empresa", afirma.

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    Quanto ao Brasil, o presidente da Oi admite venda apenas daqui a alguns anos, depois de superada a recuperação judicial.

    "Acho que pode-se falar em venda de ativos ou consolidação, mas é um processo para dois ou três anos, depois de equacionar a dívida. Eu acho que tem oportunidades de mudanças no mercado brasileiro, mas não é para agora."

    Na Futurecom, evento que reúne inovações na área de tecnologia, Schroeder disse, sem citar nomes, que "eventualmente, alguém pode contatar a empresa e conversar", mas que essa discussão sobre um novo sócio é "um pouco mais para a frente".

    "Eu, pessoalmente, não acredito que vai evoluir dentro da rapidez que a renegociação da dívida exige e que a gente quer fechá-la."

    Divulgação/Flickr
    Presidente da Oi, Marcos Schroeder, fala durante a Futurecom 2016
    Presidente da Oi, Marco Schroeder, fala durante a Futurecom 2016

    Sobre a possibilidade de socorro com recursos públicos, o executivo negou, em linha com declarações anteriores do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, e do presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

    "Nunca se falou em dinheiro público neste processo. O momento é o de renegociar a dívida e focar no operacional, para depois ver alternativas de novos investidores. Mas a gente não trabalha com nenhum cenário de dinheiro público e não foi feito nenhum pedido neste sentido para o governo", afirmou.

    Mais cedo, durante o mesmo evento, o presidente da América Móvil no Brasil, José Felix, afirmou publicamente que a companhia tem interesse em comprar ativos da Oi no Brasil, se forem colocados a venda por um preço que avaliarem adequado.

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