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    Alta do álcool impede redução da gasolina em postos de combustível

    CRISTIANE GERCINA
    DO "AGORA"

    21/10/2016 02h00 - Atualizado às 16h26

    Rodrigo Souza/Futura Press/Folhapress
    Movimentação em posto de combustível de Porto Alegre (RS), nesta sexta-feira (14). A Petrobras informou hoje que a diretoria executiva da companhia aprovou na véspera a implantação de uma nova política de preços de gasolina e diesel comercializados em suas refinarias. A companhia decidiu reduzir o preço do diesel em 2,7% e da gasolina em 3,2% na refinaria. Esses preços entrarão em vigor a partir da zero hora de sábado (15).
    Movimentação em posto de combustível de Porto Alegre (RS)

    O consumidor de São Paulo não irá encontrar gasolina mais em conta no Estado, conforme anúncio da Petrobras na semana passada.

    A estatal reduziu em 3,2% o preço do litro do combustível e estimava uma queda de R$ 0,05 nas bombas. Para o Sincopetro (sindicato dos donos de postos de combustível), porém, a redução seria menor, de R$ 0,03, mas nem isso chegou ao cliente final.

    Um dos motivos para os preços da gasolina seguirem sem redução é a alta do preço do álcool anidro, adicionado à gasolina e que representa 27% do combustível.

    PREÇOS DO COMBUSTÍVEL
    Petrobras reduz gasolina e diesel
    PAULO WHITAKER/REUTERS

    Com a entressafra da cana-de-açúcar e um valor maior do açúcar no mercado internacional, os preços do álcool estão altos no país e tendem a seguir assim. Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP (Universidade de São Paulo), o litro do álcool anidro, que custava R$ 1,9690 nas usinas na semana de 3 a 7 de outubro, subiu para R$ 2,0292, de 7 a 14 de outubro. "O preço nas usinas não tem nenhum controle", diz José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro.

    LITRO MAIS CARO

    Segundo Gouveia, além da alta no álcool, duas distribuidoras subiram os preços do litro da gasolina nesta semana e uma delas manteve a média cobrada na semana passada, em vez de reduzir. "Os postos vão manter os
    preços", afirma ele.

    PETROBRAS CULPA AS DISTRIBUIDORAS

    A Petrobras afirmou que diminuiu o preço do litro da gasolina nas refinarias, con­forme havia anunciado, mas admitiu que o valor menor pode não chegar ao consu­midor final.

    "Como a lei bra­sileira garante liberdade de preços no mercado de com­bustíveis e derivados, as re­visões feitas pela Petrobras nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de pe­tróleo, especialmente distri­buidoras e postos de com­bustíveis", disse, em nota.

    Já o Sindicom (sindicato dos distribuidores) culpou a alta do etanol. "Isso fica mais evidente no caso da ga­solina, cuja composição leva 27% de etanol anidro, que tem registrado elevação."

    A Ipiranga disse que o pre­ço de venda do produto é li­vre. A empresa também mencionou a alta do etanol. A Shell não respondeu à re­portagem.

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    Sem previsão de queda

    >> O preço do lito da gasolina não deverá cair em São Paulo, conforme anúncio feito pelo governo na semana passado

    >> A tendência é que os valores se mantenham estáveis, sem ala ou redução, segundo o Sincopetro

    3,2%

    É a redução de preço anunciada pela Petrobrás em refinarias

    R$ 0,05

    Era a queda de preço estimada pela Petrobrás nos postos

    *

    O caminha da gasolina até o consumidor

    >> Após ser extraído, o petróleo segue para uma refinaria

    >> Lá, há a produção da gasolina, que é vendida nas refinarias para as distribuidoras

    >> Nas distribuidoras, a gasolina recebe a adição de etanol anidro e é vendida para os postos

    R$ 3,499

    Era o preço médio cobrado pela gasolina no postos no Estado de São Paulo na semana passada, segundo o Sincopetro

    R$ 3,458

    É o preço médio cobrado pela gasolina nos posto do Estado nesta semana, segundo a ANP

    *

    Motivo

    >> O preço do etanol anidro, que representa 27% da gasolina, está alto

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