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    Empresas de design trocam produção de móvel por download de projeto

    BÁRBARA LIBÓRIO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    23/10/2016 02h00

    Eduardo Knapp/Folhapress
    O arquiteto Denis Fuzzi, 27, em seu escritório, em Moema, zona sul de SP
    O arquiteto Denis Fuzzi, 27, em seu escritório, em Moema, zona sul de SP

    Em vez de comprar uma cadeira pronta, o cliente baixa um projeto do site e fabrica o móvel como e onde quiser.

    Este é o conceito do design aberto, que tem atraído empreendedores brasileiros.

    O arquiteto Denis Fuzzi, proprietário do Studio Dlux, é um dos pioneiros da iniciativa no país. Há três anos, ele criou um projeto de uma cadeira feita de caixas e divulgou nas redes sociais.

    A ideia chamou a atenção de um dos criadores da Opendesk, empresa inglesa que hoje é o maior mercado de mobiliários de design aberto.

    "Criamos uma rede de designers, produtores e consumidores. Qualquer pessoa pode baixar o projeto do móvel e adaptá-lo", explica Fuzzi, cuja cadeira já foi produzida em mais de cem países.

    O download de projetos do Studio Dlux e da Opendesk, é gratuito. Para Fuzzi, a plataforma serve como uma ferramenta de marketing.

    "Muitos dos clientes que temos fora do Brasil nos conhecem por conta disso", diz.

    O estúdio também usa os arquivos digitais para baratear o custo de produção. Com sede em São Paulo, o Dlux envia pela internet projetos de clientes em outras cidades para produtores locais, que ficam responsáveis por construir os móveis.

    "Sai mais barato do que fabricar em São Paulo e mandar entregar", diz Fuzzi.

    Em Florianópolis (SC), o Projeto CR.U.SH também aposta no design aberto.

    Uma plataforma on-line disponibiliza gratuitamente os projetos de móveis de madeira, em arquivo PDF. O desenho já pronto para ser usado na máquina CNC, que corta chapas a partir de um arquivo digital, custa R$ 20.

    "Disponibilizamos há dois meses o arquivo pago e já tivemos downloads. Sabemos que há mercado, falta descobrir se o volume viabiliza o negócio", diz Mateus Machado, um dos fundadores.

    Segundo ele, o público-alvo da empresa são fábricas que tenham a máquina CNC. "Acreditamos na popularização da fabricação digital. Uma máquina dessas custava R$ 100 mil, mas hoje existem equipamentos de R$ 30 mil."

    Para Denivaldo Pereira, coordenador do Fab Lab do Centro Universitário Belas Artes, o design aberto é um modelo ainda incipiente no país. "O maior ganho está no marketing. Disponibilizar um projeto pode tornar a marca conhecida internacionalmente."

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