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    Brasil perde duas posições em ranking global de negócios

    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    26/10/2016 02h00

    O Brasil perdeu duas posições no ranking Doing Business, criado pelo Banco Mundial para monitorar o ambiente de negócios dos países.

    O relatório divulgado nesta terça (25) mostra o Brasil na 123ª posição, entre 190 países, duas casas abaixo da marca anterior (121ª).

    Dessa forma, o país aparece abaixo de outros emergentes, como Turquia (69º), África do Sul (74º) e China (78º). Só a Índia (130º), entre os BRICS, fica pior que o Brasil.

    Em relação aos pares na América Latina, o Brasil ficou atrás de todas as grandes economias: México (47º), Colômbia (53º), Chile (57º) e Argentina (116º). E também atrás de países menores, como Paraguai (106º) e Peru (54º).

    O ranking global é liderado pela Nova Zelândia, seguida por Cingapura e Dinamarca.

    Em viagem aos EUA, neste mês, onde se encontrou com investidores estrangeiros, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) afirmou que o governo pretende trabalhar com o Banco Mundial para melhorar o ambiente de negócios no Brasil e, com isso, fazer o país subir na classificação.

    Embora tenha descido no ranking, o Brasil avançou em 3 dos 10 tópicos monitorados: registro de propriedades, facilitação do comércio internacional e execução de contratos. Foi também o país que mais emplacou reformas na América Latina.

    A melhor nota do Brasil é na execução de contratos. O país subiu oito posições, ficando em 37º lugar global.

    O principal avanço na área, segundo o Banco Mundial, foi a adoção do novo Código Civil e o impulso às mediações judiciais, com incentivos para as partes que optem pelo caminho simplificado.

    No tema comércio internacional, o Brasil subiu uma posição. Mas ainda assim está entre os mais mal avaliados: 150º entre 190 países. O Banco Mundial ressaltou como positiva a implementação de sistema eletrônico que reduz o tempo e a documentação exigidos nas importações.

    O Brasil perdeu posições nos quesitos obtenção de energia elétrica e resolução de insolvência. A pior nota do país segue, porém, no item pagamento de impostos, cuja posição brasileira é a 181ª.

    No quesito mais difundido pelo Doing Business, o tempo e a burocracia exigidos para a abertura de empresas, o Brasil ainda é o 175º colocado e perdeu uma posição ante o resultado do ano anterior. A abertura de uma empresa leva, na média global, 21 dias. No Brasil, são 79,5 dias.

    O relatório registrou, contudo, a positiva criação de um sistema de atendimento on-line às empresas no Rio.

    O Doing Business é a fotografia do país em 1º de junho. Só o pagamento de impostos se baseia nos dados de 2015. Há três edições, desde que uma nova metodologia foi apresentada pelo Banco Mundial, o Brasil fica cada vez mais distante da fronteira —o que representa o melhor desempenho observado em cada um dos indicadores.

    A distância até a fronteira é medida por uma escala de 0 a 100, na qual zero é o pior resultado (mais distante). Entre 2014 e este ano, o Brasil decresceu de 57,69 para 56,53, justamente período em que mergulhou em uma das piores recessões de sua história.

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