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Thursday, 02-May-2024 09:34:20 -03Ofensiva do Planalto não surte efeito e traições a Temer aumentam
RANIER BRAGON
LAÍS ALEGRETTI
DE BRASÍLIA25/10/2016 21h49 - Atualizado às 23h06
Apesar de ministros de Michel Temer terem sinalizado nos bastidores retaliações a deputados que não apoiaram a PEC do Teto na análise em primeiro turno, o placar desta terça-feira (25) mostra que a pressão não surtiu efeito.
Na comparação com a primeira votação, a proposta de Temer teve 7 votos a menos –359 contra 366 no dia 10. Já o número de contrários à medida cresceu de 111 para 116.
TETO DE GASTOS PÚBLICOS Entenda a PEC 241 e suas consequências Entenda o limite de gastos e por que ele não tira o país da recessão, mas ajuda Criação de teto de gastos públicos deve levar despesa federal a nível de 2004 Temer diz que teto de gastos poderá exigir sacrifícios nas contas públicas Os principais infiéis da base mantiveram os placares. Partido que até 2013 transitava na órbita do PT, o PSB do ministro Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) deu 9 votos contra a PEC, com 1 abstenção (que na prática é voto contra o governo). No primeiro turno foram 10 votos contra.
O próprio ministro foi exonerado por Temer para retomar o mandato nas duas sessões e engrossar a votação a favor da proposta.
O outro "infiel" da base foi o PPS do ministro da Defesa, Raul Jungmann. Apesar da pressão do Planalto, a sigla votou exatamente como no primeiro turno, rachada: 4 votos a favor da PEC, 3 contra e 1 ausência.
A diminuição de votos pró-PEC se deu por uma maior ausência de governistas distribuída entre as legendas. O aumento dos contrários se deu pela maior presença nos partidos de oposição.
Os gastos do governo e os efeitos da PEC do Teto
MUDEI DE IDEIA
Nas bancadas do PMDB e do PSDB, principais legendas aliadas ao Palácio do Planalto, três deputados estiveram ausentes tanto no primeiro quanto no segundo turno de votações. Do PMDB de Temer, o deputado Cícero Almeida (AL) não votou nas duas ocasiões. Entre os tucanos, os deputados Arthur Virgílio Bisneto (AM) e Max Filho (ES) não participaram da decisão.
O líder da bancada, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), afirmou que as ausências se deram devido à campanha eleitoral.
Há vários casos de deputados que votaram em um dos dois turnos e estiveram ausentes no outro. Outros, no entanto, mudaram de ideia entre um turno e outro.
O deputado Hissa Abrahão (PDT-AM) votou pela aprovação da PEC na primeira oportunidade e, depois, votou contra a proposta. Em movimento contrário, o deputado Marcelo Belinati (PP-PR) votou "não" no primeiro turno e "sim" no segundo (a favor do governo).
O deputado Silas Freire (PR-PI), que se absteve de votar no primeiro turno, optou por votar contra a PEC no segundo turno. O deputado Bebeto (PSB-BA) apoiou a PEC na primeira oportunidade e se absteve na segunda votação.
O líder do governo, André Moura (PSC-SE), disse que o resultado era esperado. E afirmou não saber o motivo de ter havido uma traição a Temer em sua própria sigla. O deputado Irmão Lázaro (BA) votou contra a medida.
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