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    Dólar sobe mais de 1%, com cenário externo negativo e cautela interna

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    26/10/2016 18h31

    Depois de ter caído nos últimos dias e de ter atingido a cotação mínima em quase 16 meses na véspera, o dólar comercial subiu 1,19% nesta quarta-feira (25), e terminou a R$ 3,1430.

    Segundo analistas, pesou sobre o câmbio o cenário externo negativo, marcado pela queda do petróleo. "Além disso, a moeda passou por um ajuste, após ter alcançado o patamar de R$ 3,10, o que estimulou as compras", explica José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos.

    Faria Júnior destaca também que causou mal-estar no mercado o atrito entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia, e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, por causa da Operação Métis, da Polícia Federal. A operação, realizada na semana passada, prendeu quatro policiais do Senado.

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    NOTAS DE DÓLAR

    Havia temor no mercado de que a crise entre os Poderes atrapalhe o cronograma de votações da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que limita os gastos públicos.

    Nesta quarta-feira, Renan afirmou a aliados que não vai retaliar o Planalto e manterá o calendário de votação da PEC na Casa.

    Marcos Trabbold, operador de câmbio da corretora B&T, diz que o fluxo positivo da repatriação de recursos mantidos irregularmente no exterior diminuiu, apesar de o prazo acabar no próximo dia 31. "Os bancos não estão conseguindo atender a demanda para a repatriação, e há a expectativa de que a Receita Federal prorrogue esse prazo.".

    Pela manhã, como tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, no montante de US$ 250 milhões.

    No mercado de juros futuros, os contratos de longo prazo subiram, em meio ao clima de cautela e à alta do dólar. O contrato para janeiro de 2021 subiu de 11,180% para 11,270%.

    BOLSA

    O Ibovespa chegou a cair mais de 1% no início da sessão, acompanhando o movimento nas Bolsas dos EUA e da Europa, mas fechou em leve queda.

    O principal índice da Bolsa terminou em baixa de 0,06%, aos 63.825,69 pontos. O giro financeiro foi de R$ 11,1 bilhões.

    As ações da JBS lideraram as quedas do índice, com -11,45%, a R$ 10,44, depois que a companhia cancelou o plano de reorganização societária, que previa a criação de uma holding que agruparia os negócios internacionais da empresa. A decisão foi tomada depois que o braço de participações do BNDES, o BNDESPar vetou a proposta. O BNDESPar detém 20,36% das ações da JBS.

    As ações da Petrobras subiram 0,55%, a R$ 18,10 (PN), e 1,26%, a R$ 19,21 (ON). Os papéis da Vale tiveram ganho de 1,86%, a R$ 20,80 (PNA), e 1,96%, a R$ 21,77 (ON).

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 0,61%; Bradesco PN, -0,40%; Bradesco ON, -0,16%; Banco do Brasil ON, -0,76%; Santander unit, +0,48%; e BM&FBovespa ON, +0,27%.

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