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    Petrobras quer voltar a contratar empresas da Lava Jato, diz diretor

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    26/10/2016 19h14

    A Petrobras está estudando alternativas para voltar a contratar empresas que foram incluídas em sua lista negra após o início da Operação Lava Jato. Atualmente, há 32 companhias impedidas de fazer negócios com a estatal.

    Segundo o diretor de governança da Petrobras, João Elek Junior, a empresa está concluindo a definição de parâmetros para avaliar quais delas estão aptas a voltar a participar de licitações. O bloqueio completa dois anos no dia 29 de dezembro.

    "Algumas empresas têm feito um esforço admirável. Já fizeram acordo de leniência, fizeram grandes desembolsos e implantaram mudanças muito grandes", disse Elek, em entrevista na feira Rio Oil & Gas.

    Ele evitou citar nomes, mas lembrou que as construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Correa, por exemplo, já fecharam acordos de leniência com o Ministério Público Federal.

    Elek argumentou que o bloqueio às empresas deveria ser temporário e, por isso, a estatal vem conversando com os órgãos responsáveis sobre a possibilidade de retomar as contratações. A ideia é fazer uma espécie de auditoria na gestão dos fornecedores bloqueados.

    O executivo justificou que o bloqueio aos grandes fornecedores torna projetos maiores mais difíceis de serem executados.

    "Se tenho um projeto grande e não há empresa grande o suficiente, que tenha condições financeiras para executar, preciso pulverizar entre pequenas empresas", explicou.

    Em 2015, a Petrobras lançou um programa de avaliação dessas empresas, também com o objetivo de acelerar seu retorno às licitações, mas o programa não levou a nenhum desbloqueio.

    Elek explicou que, a partir dos questionários enviados naquela ocasião, a estatal pediu novas informações e recomendou medidas adicionais de melhoria de governança.

    Em julho, Petrobras e o governo fecharam acordo de R$ 1,1 bilhão com a holandesa SBMl, que se tornaria a primeira grande empresa a deixar a lista.

    Em setembro, porém, a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal decidiu não homologar o acordo, alegando que não houve colaboração efetiva do grupo holandês.

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