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    Lucro do Itaú Unibanco cai 8,9% no 3º trimestre, para R$ 5,595 bilhões

    TÁSSIA KASTNER
    DE SÃO PAULO

    31/10/2016 08h39 - Atualizado às 12h26

    Zanone Fraissat - 12.nov.14/Folhapress
    Lucro do Itaú Unibanco cai 8,9% no terceiro trimestre, para R$ 5,595 bilhões
    Lucro do Itaú Unibanco cai 8,9% no terceiro trimestre, para R$ 5,595 bilhões

    O lucro líquido recorrente do Itaú Unibanco, o maior banco privado do país, recuou 8,9% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2015, de R$ 6,144 bilhões para R$ 5,595 bilhões. Na comparação com o segundo trimestre, houve leve alta de 0,4%. A comparação considera resultados pro forma para permitir a comparação após a incorporação do CorpBanca.

    "A gente esperava que esse ano fosse de contração de resultados", disse Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores do Itaú.

    O banco atribuiu parte da queda do lucro a despesas não relacionadas a operações de juros, entre elas o pagamento de abono salarial aos bancários, pago após o fim da greve de 31 dias. Os trabalhadores tiveram aumento de 8% e pagamento do abono de R$ 3.500. O Itaú também afirmou que o resultado foi impactado por mudança de metodologia de cálculo para reserva de recursos para ações trabalhistas.

    A margem financeira, principal medida de receita das instituições financeiras, alcançou R$ 17,7 bilhões no período de julho a setembro, queda de 5,5% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, mas alta de 6,7% ante o segundo trimestre de 2016.

    A carteira de crédito encolheu 11%, para R$ 605,1 bilhões. O recuo foi maior para empresas, de 16,9%, mas os empréstimos para pessoa física também caíram. O total emprestado para pessoa física no terceiro trimestre era de R$ 182,5 bilhões, queda de 1,9%. As únicas linhas que cresceram foram crédito imobiliário e cartão de crédito.

    Para Kopel, o crescimento dos empréstimos via cartão de crédito é explicado pelo uso do plástico como um meio de pagamento.

    O Itaú encolheu as concessões no crédito consignado. A carteira, de R$ 45,64 bilhões, é 1,8% menor que o valor registrado no segundo trimestre. Na comparação com o ano anterior, as concessões ficaram estáveis.

    O banco privilegia os empréstimos a beneficiários do INSS nessa linha, que responderam por R$ 31,2 bilhões do total concedido no terceiro trimestre. Houve queda de 18% nos empréstimos para funcionários públicos, que tomaram R$ 9,8 bilhões no período de julho e setembro.

    "Evidentemente o banco é sensível ao entorno das carteiras", disse o diretor do banco ao ser questionado sobre o problema fiscal de estados e municípios, que atrasa o repasse dos pagamentos de crédito e também sobre o pente-fino anunciado pelo governo sobre os benefícios de aposentadoria por invalidez.

    INADIMPLÊNCIA

    O índice de inadimplência acima de 90 dias alcançou 3,9%, resultado que foi impactado por uma única empresa do setor de atacado. Sem essa grande empresa, a taxa seria de 3,6%, estimou o Itaú, ainda alta em relação aos 3% de atrasos registrados há um ano.

    O índice de calotes do segmento pessoa física recuou para 5,7%, caminhando para próximo do nível de 5,4% registrado há um ano e abaixo dos 5,9% registrados no segundo trimestre.

    No terceiro trimestre, o banco reduziu sua despesa para cobrir eventuais calotes para R$ 6,169 bilhões, ante R$ 6,337 bilhões no segundo trimestre. Em um ano, esse custo é 2,9% maior.

    RETOMADA

    Apesar do índice de inadimplência mais controlado e do início do ciclo de queda da taxa básica de juros da economia (Selic), Kopel ainda não vislumbra um cenário de competição por crédito entre os bancos. "A carteira vai crescer no ritmo que a economia e os agentes da economia permitirem", disse. Para ele, ainda é preciso um cenário de redução de risco maior.

    Na semana passada, o presidente do Santander, Sérgio Rial, afirmou ver espaço para uma maior competição entre os bancos para o crescimento da carteira de crédito, depois de anos de estagnação.

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