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    Com teto para gastos, não haverá aumento de impostos, diz Meirelles

    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    31/10/2016 19h48

    Eduardo Knapp/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 28-10-2016: Para Domingo. Entrevista exclusiva para a FOLHA com o Ministro da Fazenda, Sr Henrique Meirelles,no escritorio do Banco do Brasil na Av Paulista (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, PODER).
    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante entrevista no escritório do Banco do Brasil

    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira (31) durante entrevista ao programa "A Voz do Brasil" que não haverá aumento de impostos porque o governo está evitando o crescimento de despesas através da PEC do Teto.

    "Só seria necessário [aumento de impostos] se as despesas continuassem a crescer descontroladamente. No momento em que o governo corta na carne, elimina a necessidade de aumentar impostos", disse o ministro.

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    A elevação de tributos vinha sendo colocada pelo ministro como uma possibilidade caso a PEC, que limita o crescimento dos gastos à inflação dos 12 meses anteriores, não fosse aprovada. A proposta passou na Câmara em primeiro e segundo turno e a previsão é que seja votada pelo Senado até o final do ano.

    Sobre o aumento do desemprego, Meirelles disse que a confiança na economia está aumentando. "Já temos várias indicações de crescimento da economia no próximo ano, e isso se refletirá no emprego", afirmou.

    A participação de Meirelles no programa, que estreou um novo formato nesta segunda, foi pensada para explicar o controle dos gastos públicos para o cidadão comum. "Imagine uma família que comece a gastar muito mais do que ganha e que começa a tomar empréstimos em quantidades cada vez maiores para pagar dívidas. É isso o que o governo começou a fazer", disse o ministro da Fazenda.

    Ele disse ainda que o governo vinha tomando cada vez mais recursos da sociedade. "Isso deixa cada vez menos dinheiro disponível. Em segundo lugar, começou-se a criar desconfiança sobre a capacidade do governo sustentar esse nível de empresas. Isso fez com que os empresários se retraíssem, diminuiu a criação de empregos e a partir daí gerou-se esse processo que vivemos hoje", afirmou durante a entrevista.

    O ministro voltou a negar que a PEC irá cortar recursos para a saúde e educação. "O que se estabelece é um mínimo de gastos com saúde e educação, e não um máximo", disse. "E é claro que o Executivo e o Congresso podem aprovar mais despesas. [A PEC] é algo que preserva investimentos e despesas nessas duas áreas".

    O presidente da República, Michel Temer, gravou uma participação para o programa que foi veiculada durante a entrevista do ministro da Fazenda. "Nosso lema é reformar para crescer, e ajudar você", afirmou. "Inauguramos um diálogo muito produtivo com o Congresso Nacional e com a sociedade civil".

    Os gastos do governo e os efeitos da PEC do Teto

    NOVO "VOZ DO BRASIL"

    As declarações foram dadas durante a estreia do novo formato de "A Voz do Brasil", com a proposta de ter uma linguagem menos formal. Novos quadros foram apresentados e houve mais participação da audiência, com diálogo com os ouvintes.

    O bordão "Em Brasília, 19 horas", que vinha sendo substituído por frases como "Está no ar a sua voz, a nossa voz, a Voz do Brasil", foi retomado no programa.

    O programa também introduziu uma nova versão da ópera "O Guarani", de Carlos Gomes, com uma orquestração mais moderna.

    O programa de rádio existe há 81 anos e é o mais antigo do hemisfério Sul ainda no ar, fato registrado no Guiness Book, o Livro dos Recordes, em 1995. Foi criado em 1935 como "Programa Nacional", para divulgação dos atos do Estado Novo, da era Vargas.

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