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    Turista deve comprar dólar neste mês, dizem analistas

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    07/11/2016 02h00

    Quem planeja uma viagem para o exterior nos próximos meses deve aproveitar para comprar dólar até o fim deste mês, antes que o banco central norte-americano eleve os juros.

    Ainda assim, o viajante corre o risco de encontrar cotações menos favoráveis se o republicano Donald Trump vencer as eleições nos EUA.

    A avaliação é de analistas e operadores do mercado ouvidos pela Folha.

    A eleição de Trump como 45º presidente dos Estados Unidos assusta os investidores, que consideram seu discurso radical e protecionista. Os americanos votam nesta terça-feira (8).

    Já o aumento de juros nos EUA atrairia para aquele país dinheiro hoje aplicado em emergentes, como o Brasil.

    O movimento de saída de dólares do país pode desvalorizar o real, tornando a viagem mais cara. O Fed (Federal Reserve, banco central americano) se reúne nos dias 13 e 14 de dezembro.

    Com essas duas datas em mente, a sugestão para quem tem dinheiro em caixa é antecipar as compras.

    A partir do dia 25 deste mês, começam a sair indicadores que podem apontar para a recuperação da economia americana, afirma o planejador financeiro José Raymundo de Faria Junior.

    Esse seria um estímulo maior para a alta dos juros nos Estados Unidos.

    O recomendado é comprar aos poucos, de preferência toda semana, para formar uma cotação média. Assim, se num dia o dólar turismo estiver a R$ 3,40 (em espécie e com IOF incluso) e, no outro, a R$ 3,50, a cotação média ficaria em R$ 3,45.

    Se o tempo até a viagem for maior, daqui a um ano, dá para formar a cotação média com compras mensais de moeda. "É melhor formar esse preço médio do que ser surpreendido e não conseguir viajar porque o orçamento saiu do controle", diz Junior.

    COMO LEVAR

    Os analistas trabalham com cenários de dólar para os próximos meses que vão de R$ 2,90 a R$ 3,50 e que incluem, além do exterior, a maior facilidade ou dificuldade de o governo brasileiro conseguir aprovar no Senado a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que congela os gastos públicos.

    O Boletim Focus, pesquisa semanal feita pelo Banco Central com economistas, projeta dólar comercial em R$ 3,20 no fim deste ano e em R$ 3,40 em dezembro de 2017.

    COMPARE AS FORMAS DE LEVAR DINHEIRO PARA O EXTERIOR

    Para o viajante, o que importa é o dólar turismo, vendido em casas de câmbio e formado pela cotação comercial e uma comissão que varia de 1,5% a 20%, dependendo da quantidade de moeda comprada.

    Ao valor final da operação é preciso adicionar ainda IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que vai de 1,10% no papel-moeda até 6,38% nos cartões.

    Embora com menos imposto, o dinheiro em espécie tem cotação mais elevada na casa de câmbio e ainda traz o risco de segurança.

    A recomendação do planejador financeiro José Raymundo de Faria Junior é levar no máximo 25% do dinheiro em papel-moeda, e o restante, em cartão pré-pago.

    CARTÃO DE CRÉDITO

    Já o cartão de crédito deve ser usado apenas para emergência, na avaliação dele.

    "O grande problema do cartão de crédito é a perda do controle financeiro, além de não saber qual o dólar que será cobrado na fatura", diz. "Na volta, você pode ter R$ 1.500 a mais em uma despesa que não estava programada e acabar entrando em uma dificuldade financeira."

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