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    Previdência

    Governo não está perseguindo aposentados, diz Temer sobre reforma

    GUSTAVO URIBE
    DIMMI AMORA
    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    08/11/2016 10h54

    Sob críticas de centrais sindicais e entidades trabalhistas, o presidente Michel Temer fez uma defesa enfática nesta terça-feira (8) da reforma da Previdência que deve ser enviada ao Congresso no mês de dezembro.

    Segundo ele, é necessário "colocar o dedo na ferida" e reduzir o atual deficit previdenciário que, segundo ele, pode gerar um "desastre no país".

    "Nós temos de pôr o dedo nesta ferida. Neste ano, teremos quase R$ 150 bilhões de deficit da Previdência e os Estados estão praticamente quebrados", afirmou.

    O presidente ressaltou, contudo, que a intenção do Palácio do Planalto não é perseguir aposentados, mas evitar o crescimento do gasto público.

    Para ele, a reforma previdenciária é "quase uma consequência" da proposta do teto de gastos públicos, aprovada pela Câmara.

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    ERRO

    O presidente se confundiu ao sugerir que o deficit da Previdência pode se assemelhar ao PIB em alguns anos.

    "O que queremos é revelar que se não tomarmos cuidado, em 2024, como dizem as pesquisas, teremos um déficit semelhante ao PIB e será um desastre para o país", disse Temer.

    Na verdade, o que deve se se aproximar ao valor do PIB em 2024 é a dívida pública, e não o deficit da Previdência.

    Em jantar com deputados da base aliada no início de outubro, a equipe presidencial ressaltou que só a PEC do Teto pode impedir que a dívida pública chegue a 100% do PIB até 2024.

    Temer participou nesta terça-feira (8) do seminário Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, promovido pelo jornal "Valor Econômico" e pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

    DESTRUIR

    No discurso, o peemedebista fez críticas ainda ao discurso dos partidos de oposição contra a proposta do teto de gastos públicos, que tramita atualmente no Senado Federal.

    Segundo ele, a "pregação" feita é que o governo federal pretende "acabar com os trabalhadores" e "destruir o setor da saúde e da educação"

    "Como se a nossa tarefa, ao chegar no governo federal, fosse destruir o setor da saúde e da educação. Acabar com os trabalhadores. Essa é a pregação que se faz", criticou.

    O peemedebista negou que que as duas áreas sofrerão impacto orçamentário. Ele reconheceu, contudo, que alguns setores "terão alguma dificuldade".

    "Não é um teto para saúde ou um teto para a educação, mas um teto geral. Então, remaneja-se de um setor para o outro. Evidentemente, alguns setores terão algumas dificuldades, mas elas estabelecerão um bloqueios para setores fundamentais ao país.", afirmou.

    Pec dos gastos

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