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    Com alta nos preços dos transportes, inflação acelera a 0,26% em outubro

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    09/11/2016 09h25 - Atualizado às 10h42

    Roni Rigon/Agência RBS
    Setor de transportes respondeu por metade da inflação de outubro

    Depois de desacelerar a 0,08% em setembro, a inflação sofreu impacto do setor de transportes e subiu para 0,26% em outubro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo IBGE.

    O índice foi afetado pela alta de 0,75% dos transportes, o que representou 0,13 pontos percentuais, ou metade, da inflação para o mês. A gasolina subiu 1,22% em outubro, em razão da alta de 6,09% do preço do álcool anidro, que é adicionado ao combustível.

    Essa ocorre mesmo após a Petrobras ter reduzido o preço da gasolina no mês passado. Nesta terça (8), a estatal anunciou nova queda nos preços, mas o sindicato dos postos preferiu cautela sobre a previsão do impacto chegar às bombas.

    Passagens aéreas, que vinham de movimento de queda em função da redução de demanda e também da piora do dólar, voltaram a subir, em 10,6%, em outubro.

    Embora o setor de transportes tenha afetado o IPCA, o índice oficial de preços do país, os segmentos de despesas pessoais, educação, comunicação e artigos para residência não tiveram impacto no indicador, o que contribuiu para que a aceleração não fosse mais forte.

    Mesmo com a alta em outubro frente a setembro, o resultado representa desaceleração se comparado com outubro de 2015, quando esteve em 0,82%. O número também foi o menor para o mês desde 2000, quando esteve em 0,14%.

    No acumulado dos dez primeiros meses do ano, a inflação está em 5,78%, acima do centro da meta de 4,5%. Nos 12 meses encerrados em outubro, bateu 7,87%, superior também ao teto de meta, de 6,5%.

    O resultado também ficou abaixo do número esperado pelo mercado. Segundo pesquisa da Bloomberg, especialistas esperavam uma taxa de 0,29% no mês e de 7,91% em 12 meses.

    Inflação - Variação do IPCA, em %

    Inflação - Por grupos, em %

    ALIMENTOS

    Depois de quase um ano de altas, o preço dos alimentos tem cedido nos últimos meses. Em outubro, no entanto, caíram menos do que no mês anterior.

    O item alimentos e bebidas recuou 0,05%, depois de ter registrado queda de 0,29% em setembro.

    Leite longa vida (-10,68%), feijão carioca (-8,79%) e cebola (-6,48%) tiveram as maiores quedas.

    Os segmentos de habitação (0,42%) e cuidados pessoais (0,43%) também pressionaram para cima o indicador.

    Houve altas expressivas, por exemplo, em itens como seguro de veículo (1,70%), botijão de gás (1,19%), plano de saúde (1,07%), empregado doméstico (0,87%) e mão de obra para pequenos reparos (0,87%).

    Em relação aos itens em queda, os destaques ficaram com hotel (-5,63%) e cigarro (-1,63%).

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