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    Dólar desacelera após ação do BC; Bolsa perde 3,3% com Trump

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    11/11/2016 18h50

    Os mercados financeiros de todo o mundo continuaram reagindo nesta sexta-feira (11) às incertezas causadas pela eleição de Donald Trump à presidência dos EUA. Investidores especulam que o republicano elevará os gastos públicos, o que aumentará a inflação e os juros americanos num ritmo mais forte do que vinha sendo estimado.

    O dólar manteve a trajetória de alta global, enquanto as Bolsas tiveram desempenho misto. No Brasil, após a moeda americana subir mais de 4% e atingir os R$ 3,50, o Banco Central aumentou a atuação no câmbio, ofertando quase US$ 1 bilhão em novos contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares. Esse tipo de operação não ocorria desde setembro do ano passado.

    A moeda americana à vista terminou em alta de 0,98%, a R$ 3,3960. Na semana, acumulou valorização de 5,54% —maior ganho semanal desde meados de fevereiro de 2009.

    Pela manhã, a rolagem de US$ 750 milhões em swap cambial tradicional, ou seja, a renovação de contratos existentes, não impediu a escalada do dólar, o que levou a autoridade monetária a ampliar a intervenção no mercado.

    A rolagem de contratos de swap cambial tradicional não acontecia desde abril deste ano.

    Em outra frente, desde quarta-feira (9), o BC não realiza leilão de swap cambial reverso, que corresponde à compra futura de dólares. Com esta operação, o BC vinha reduzindo seu estoque de swap cambial tradicional (posição vendida) e, ao mesmo tempo, evitando uma maior valorização do real até então.

    Com o leilão de swap cambial desta tarde, a posição vendida do BC subiu para cerca de US$ 25 bilhões.

    Em evento em Santiago (Chile), o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que a autoridade monetária continuará atuando no mercado de câmbio, ressaltando que o estoque de swaps tradicionais é menor hoje em dia, o que dá "conforto" para a ação do BC.

    Para os próximos dias, analistas esperam a continuidade das turbulências no cenário externo. "Está havendo uma fuga de capital especulativo dos mercados emergentes e uma migração para o dólar", afirma Ricardo Gomes da Silva, superintendente de câmbio da Correparti Corretora. "Não se sabe quais serão as consequências do governo Trump sobre esses países", acrescenta.

    BOLSAS

    Em um dia de forte aversão ao risco, o Ibovespa fechou a sexta-feira em baixa de 3,3%, aos 59.183,51 pontos. Como na véspera, o giro financeiro foi expressivo, de R$ 16,3 bilhões. No acumulado da semana, o principal índice da Bolsa caiu 3,92%.

    As ações da Petrobras recuaram após a divulgação do balanço do terceiro trimestre e com a queda de cerca de 3% do petróleo no mercado internacional. Petrobras PN perdeu 9,61% e Petrobras ON cedeu 5,82%.

    Os papéis da Vale chegaram a operar em alta de mais de 3%, beneficiados pela forte valorização do minério de ferro na China pela quinta sessão seguida, mas inverteram a direção. Vale PNA perdeu 5,18% e Vale ON caiu 3,31%.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN recuou 1,28%; Bradesco PN, +0,17%; Bradesco ON, -3,19%; Banco do Brasil ON, -6,93%; Santander unit, -0,99%; e BM&FBovespa ON, -2,07%.

    Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 recuava 0,32%, o Dow Jones subia 0,03% e o Nasdaq, +0,30%.

    Na Europa, a maioria das Bolsas fechou em baixa. Na Ásia, os índices acionários encerraram o pregão sem direção definida.

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