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    Eleição de Trump pode adiar abertura de capital de empresas brasileiras

    DA REUTERS

    14/11/2016 16h20

    Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
    Dólar opera em alta nesta sexta feira, com alta de 1,23% e Bovespa tem queda de 2,84% dolar | fotos públicas | turismo
    Dólar opera em alta nesta sexta feira, com alta de 1,23% e Bovespa tem queda de 2,84% dolar fotos públicas turismo

    A inesperada eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos e a consequente volatilidade dos mercados pode levar empresas brasileiras a atrasar planos de estreia na bolsa, disse o presidente-executivo da BM&FBovespa, Edemir Pinto.

    "Empresas que estão planejando IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) podem preferir esperar um pouco mais", disse Edemir nesta segunda-feira (14), em coletiva à imprensa sobre o resultado da bolsa no terceiro trimestre. "A maior parte dos investidores em IPOs vem do exterior", afirmou.

    Edemir disse esperar que pelo menos uma empresa leve adiante o plano de realizar sua oferta de ações ainda em 2016. Atualmente, apenas duas companhias seguem com ofertas de ações em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Sanepar e a construtora Tenda.

    Na última sexta-feira (11), a Log Commercial Properties cancelou os planos para um IPO.

    Segundo o presidente da BM&FBovespa, no entanto, a turbulência dos últimos dias, com queda das ações e disparada do dólar, pode se desfazer rapidamente se Trump deixar a retórica agressiva que usou ao longo da campanha eleitoral.

    PROVISÕES E DIVIDENDOS

    O diretor financeiro e de relações com investidores da bolsa, Daniel Sonder, disse que a companhia está confortável com sua política de provisões para perdas com disputas judiciais.

    A companhia divulgou na sexta-feira à noite que teve lucro líquido menor do que o esperado por analistas, após uma provisão de R$ 238,5 milhões, sobretudo referente a uma disputa judicial com uma corretora, que teve a chance de perda alterada de possível para provável.

    Além desse caso, a BM&FBovespa aguarda decisão da Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) sobre um processo em que é acusada de ter usado critério fiscal equivocado na fusão que deu origem à companhia, entre a BM&F e a Bovespa, para pagar menos impostos. Por isso, a empresa foi multada em cerca de R$ 1,1 bilhão. O Carf está julgando um recurso contra a multa.

    Até agora, porém, a BM&FBovespa não fez provisão para o caso, porque considera remota a chance de sair derrotada da disputa.

    Sonder disse também que a bolsa deve retomar em 2017 a política de distribuir até 80% dos lucros em dividendos a acionistas. Recentemente, esse percentual foi reduzido para, entre outros motivos, direcionar os recursos para pagar a fusão da operadora da bolsa com a Cetip.

    Na sexta-feira, a BM&FBovespa também anunciou que vai emitir R$ 3 bilhões em debêntures para ajudar a pagar a operação, que ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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