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    Google e Facebook dizem que vetarão anúncios em sites de notícias falsas

    DE SÃO PAULO

    15/11/2016 15h53 - Atualizado às 18h19

    O Facebook e o Google anunciaram nesta segunda-feira(14) que irão bloquear seus serviços de venda de anúncios para sites que divulguem notícias falsas.

    O buscador afirmou que está trabalhando em uma mudança em suas políticas para evitar que tais endereços usem o Adsense, sua ferramenta de publicidade.

    Já a empresa de Mark Zuckerberg atualizou seus termos de uso explicitando que notícias falsas estão inclusas no conceito de conteúdo "ilegal ou enganoso", para o qual anúncios já eram vetados.

    "Atualizamos a política para deixar claro que isso [o banimento] se aplica a notícias falsas. [...] Nosso time continuará analisando de perto todas páginas novas e existentes para garantir que sigam as regras", disse o Facebook.

    As medidas não censuram nem afetam o destaque dado a essas notícias em redes sociais ou nas buscas.

    As empresas não esclareceram como irão, na prática, aplicar essas restrições. Também não está claro se sites de humor, que muitas vezes criam falsas notícias, serão alvo das alterações.

    ELEIÇÃO POLÊMICA

    As declarações vêm após acusações de que a complacência de companhias de tecnologia, especialmente o Facebook, com boatos e notícias falsas teriam beneficiado o presidente eleito Donald Trump na eleição americana.

    Desde abril há relatos de grupos na Macedônia que criaram um grande volume de falsas notícias pró-Trump para lucrar com os anúncios decorrentes do acesso de internautas a esses textos.

    Uma das falsas notícias, por exemplo, dizia que o papa Francisco havia apoiado a candidatura do republicano.
    Em entrevista ao "BuzzFeed", vários deles negaram que o trabalho seja motivado por ideologias. "Não se importam com Trump", mas o Facebook "paga quatro vezes mais por americanos" pelos anúncios que veicula, segundo o site.

    De acordo com pesquisas nos EUA, essas histórias falsas foram bem mais compartilhadas no Facebook do que artigos contestando-as. Isso em um momento em que, para muitos americanos, a rede social está se transformando na fonte primária de consumo de informações.

    Um estudo do Pew Research Center aponta que quase metade dos americanos adultos usam o Facebook como fonte de notícias.

    Na semana passada, o presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que responsabilizar sua empresa pelo resultado das eleições nos Estados unidos era "loucura".

    O "New York Times", porém, informou no sábado (12) que funcionários e executivos da rede social estavam questionando a responsabilidade da plataforma em influenciar o eleitorado.

    As falsas notícias também atingiram o gigante de buscas. Segundo o "New York Times", no domingo (13) o site Mediaite informou que o principal resultado em uma pesquisa do Google sobre o resultado final da eleição americana era para site chamado 70News.

    O site informava, equivocadamente, que Trump estava à frente da democrata Hillary Clinton no voto popular, enquanto ele ganhou só na votação do colégio eleitoral.

    O Google afirma que a mudança em sua política já estava em andamento anteriormente e também descarta relação com as eleições.

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