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    Jornalista Caco Barcellos é agredido durante protesto de servidores no Rio

    DE SÃO PAULO

    16/11/2016 21h12

    Alex Ribeiro
    Rio de Janeiro, 16 de Novembro de 2016. Um grande protesto é realizado no Centro do Rio, contra a PEC 55 que esta sendo votada hoje no Senado. Senado. Manifestantes estão ao redor da ALERJ, que foi cercada por grades. O reporte Caco Barcellos é agredido por manifestantes Fotos Alex Ribeiro *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    O jornalista Caco Barcellos foi atingido por um cone durante protesto no Rio

    O jornalista da TV Globo Caco Barcellos foi agredido e impedido de cobrir um protesto em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) nesta quarta-feira (16).

    Manifestantes protestavam contra o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão e que começou a ser debatido na Alerj nesta quarta.

    O apresentador do programa "Profissão Repórter" foi coagido a deixar o protesto sob os gritos de "golpista" e "o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo". Enquanto se afastava, alguns manifestantes o seguiam e atiravam garrafas de água.

    O jornalista chegou a ser atingido também por um cone de trânsito. Com escolta de policiais, Barcellos entrou em um prédio e se escondeu.

    Em nota, a ABI (Associação Brasileira de Imprensa) repudiou as agressões "por entender que representam também uma grave ameaça a liberdade de imprensa e ao livre acesso a informação, assegurados pela legislação em vigor".

    O comunicado diz ainda que, horas antes, outro repórter foi agredido com um pontapé e perdeu os óculos "ao escapar do grupo que o perseguia".

    A nota é assinada por Domingos Meirelles, presidente da ABI, que diz esperar que episódios de violência como o ocorrido não se repitam "diante da péssima repercussão que sempre produzem na imagem do país, onde o jornalismo no Brasil é visto, no exterior, como uma atividade de risco."

    E finaliza: "A história tem mostrado como manifestações de intolerância política contra órgãos de imprensa costumam sempre terminar."

    Jornalista Caco Barcellos é agredido durante protesto

    Em nota conjunta, também repudiaram as agressões a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), a Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas) e a ANJ (Associação Nacional de Jornais).

    "As Associações consideram intolerável que todo e qualquer cidadão, em especial os profissionais da comunicação, sofram ameaças ou agressões durante coberturas jornalísticas. Impedir a atuação da imprensa é uma afronta ao direito constitucional da sociedade de acesso às informações de interesse público".

    No comunicado, Abert, Aner e ANJ pedem às autoridades do Rio a "apuração rigorosa do ocorrido e a punição dos responsáveis".

    A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), repudiando os ataques, apelou aos manifestantes "que preservem o trabalho da imprensa". A associação orienta ainda os repórteres a registrarem as agressões junto à Polícia Civil, e pede que os agentes investiguem as ocorrências.

    "Aos policiais militares, a Abraji pede que ajude os profissionais da imprensa a fazerem a cobertura dos protestos com segurança", conclui.

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    Leia as notas na íntegra

    A Associação Brasileira de Imprensa deplora as agressões contra o repórter Caco Barcellos da TV Globo, durante protesto de servidores públicos em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por entender que representam também uma grave ameaça a liberdade de imprensa e ao livre acesso a informação, assegurados pela legislação em vigor. Caco Barcellos foi perseguido por populares e atingido na cabeça por uma garrafa de água e um cone de trânsito. Horas antes, outro repórter foi agredido com um pontapé e perdeu os óculos ao escapar do grupo que o perseguia.

    Atos dessa natureza são inaceitáveis em um Estado Democrático de Direito. Não se pode admitir nos dias de hoje que jornalistas sejam vítimas de qualquer tipo de ameaça ou intimidação no exercício de sua atividade profissional.

    A ABI espera que esses episódios de violência não se repitam diante da péssima repercussão que produzem na imagem do País, onde o jornalismo no Brasil é visto, no exterior, como uma atividade de risco.

    A história tem mostrado como manifestações de intolerância política contra órgãos de imprensa costumam sempre terminar.

    Domingos Meirelles
    Presidente da ABI

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    A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Abraji, repudia as agressões contra dois repórteres que cobriam o protesto de servidores públicos em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro na tarde desta quarta-feira (16.nov.2016).

    O jornalista Guilherme Ramalho, de O Globo, foi atacado com pontapés quando manifestantes identificaram um adesivo do jornal em seu telefone celular. Ele conseguiu correr, mas foi atingido com socos e perdeu os óculos. Um pouco mais tarde, o repórter Caco Barcellos, da TV Globo, foi cercado e expulso do local. Os manifestantes atiraram-lhe água, garrafas de plástico e até cones de sinalização viária.

    A Abraji repudia esses ataques e apela aos manifestantes que preservem o trabalho da imprensa. A livre informação é a principal arma de uma sociedade em luta democrática. A Abraji orienta os repórteres a registrarem as agressões junto à Polícia Civil, e pede que os agentes investiguem as ocorrências. Aos policiais militares, a Abraji pede que ajude os profissionais da imprensa a fazerem a cobertura dos protestos com segurança.

    Diretoria da Abraji

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