• Mercado

    Monday, 06-May-2024 21:10:05 -03
    Guia da Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)

    Com manifesto, presente artesanal ganha impulso na web

    BÁRBARA LIBÓRIO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    20/11/2016 02h00

    Avener Prado/Folhapress
    Canecas criadas e vendidas pela designer Victória Zayat
    Canecas criadas e vendidas pela designer Victória Zayat

    De um lado, a busca por novas fontes de renda. Do outro, o interesse por um consumo mais sustentável. O Natal deste ano promete ser movimentado para os artesãos, na medida em que cresce o incentivo às compras diretamente de quem produz.

    Esse movimento ganhou forma no fim de 2013, quando a plataforma de e-commerce Tanlup lançou o manifesto "Compro de quem faz."

    Cecilia Chiarini, 34, proprietária do Empório Coralina, de sabonetes artesanais, participou do manifesto. "Nosso intuito era incentivar e valorizar o trabalho do artesão, principalmente nessa época de Natal, que é a mais importante do ano para nós."

    Segundo Chiarini, as vendas de novembro equivalem à soma dos seis melhores meses do ano em seu negócio.

    Já a designer Victória Zayat, 25, criou a Ócio e Café, de canecas decoradas. Nos pontos de venda físicos, nas lojas Endossa, ela espera que as vendas tripliquem.

    "A mensagem de comprar de quem faz tem força. Hoje o público cresceu e muitas pessoas deixam de comprar no shopping e vão a um bazar de economia criativa."

    A dificuldade, afirma, é conscientizar as pessoas sobre o valor do artesanato. "Sempre vejo pessoas dizendo que comprariam uma peça parecida por menos em uma grande loja. Mas cada pequeno detalhe tem um grande custo para o artesão."

    CONCEITO

    Para Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP, quem quer empreender no setor precisa de planejamento, principalmente no Natal. "É preciso primeiro avaliar qual é a habilidade do artesão, analisar esse mercado e fazer um planejamento financeiro. Artesanato é algo em pequena escala. Se cresce muito, sai do conceito", diz.

    Limitar o número de pedidos para não deixar a qualidade cair e avaliar o histórico de vendas são boas opções no Natal, afirma o consultor. "Se você tem um produto que é o seu carro-chefe, você pode elevar seu preço de venda para ter uma margem maior e suprir a necessidade de vender em grande escala."

    Para Nagamatsu, a crise deve aumentar o número de artesãos no Natal deste ano. Cecilia Chiarini diz notar o aumento da concorrência.

    "É bom ter mais gente trabalhando, isso estimula o discurso de comprar diretamente de quem faz. O lado negativo é que muita gente está despreparada, a qualidade cai e, às vezes, os preços também."

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024