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    Extrema direita na Europa pode travar acordo com Mercosul, diz Itamaraty

    DA REUTERS

    18/11/2016 20h28

    Um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia pode ser obtido em 2018, dependendo dos resultados de eleições na França e na Alemanha no ano que vem, disse nesta sexta-feira (18) um diplomata brasileiro.

    "O acordo pode acontecer em 2018, após eleições europeias", disse o subsecretário de assuntos econômicos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey, durante seminário de comércio exterior.

    Segundo o embaixador, um entrave ao acordo pode ser a eleição de partidos de extrema direita na Europa, o que reforçaria o viés de protecionismo comercial da região, especialmente no setor agrícola, similar à situação que impediu um acordo entre os dois blocos há cerca de 10 anos.

    A França terá eleição presidencial em maio de 2017 e pesquisas de intenção de voto têm apontado que a candidata Marine Le Pen, da extrema direita, deve ir para o segundo turno.

    Na Alemanha, o partido conservador da atual chanceler Angela Merkel sofreu derrotas neste ano, inclusive para partidos de extrema direita.

    Após vários anos de paralisação, as conversas para um acordo de livre-comércio entre Mercosul e a União Europeia avançaram neste ano. Após um encontro em Bruxelas, no mês passado, representantes dos dois blocos voltam a conversar em março de 2017, em Buenos Aires.

    Segundo Cozendey, houve maior abertura do Mercosul para retomada das conversas após a eleição do presidente Maurício Macri na Argentina, que tem um forte discurso de abertura comercial.

    Por parte da UE, um eventual acordo é visto como envolvendo menos riscos do que um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos, embora haja resistência europeia a uma maior entrada de produtos agrícolas brasileiros.

    Para Cozendey, caso um acordo seja fechado nas bases atuais, os setores econômicos no Brasil que seriam potencialmente mais impactados são os de bens de capital, de autopeças e químicos.

    "Todos acordos podem criar perdedores e vencedores; temos que pensar como lidar com esses setores", disse Cozendey.

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