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    'Washington Post' e 'NYT' avançam sobre concorrência na web

    DE SÃO PAULO

    19/11/2016 02h00

    Os jornais "The New York Times" e "The Washington Post" confirmaram a retomada no tráfego de internet para notícias, nos Estados Unidos, na reta final da campanha presidencial.

    Em outubro, o "NYT" chegou a 101,4 milhões de visitantes únicos, segundo a comScore, e o "Washington Post" foi a 99,6 milhões.

    Só perderam para o tráfego das marcas vinculadas à CNN (112,5 milhões). Deixaram para trás seus concorrentes diretos, os sites jornalísticos nativos –originados no ambiente digital– "The Huffington Post" (83,3 milhões) e "BuzzFeed" (71,4 milhões).

    O analista e consultor do setor de mídia Ken Doctor, do Nieman Lab (Harvard), credita a mudança a dois fatores: a cobertura eleitoral e as apostas digitais de ambos.

    Daqui para a frente, diz ele à Folha, "vou observar essa tendência com atenção para ver quanto dela foi influenciada pelo ano político e quanto pelos investimentos digitais substanciosos feitos pelo 'NYT' e pelo 'WP'".

    Jornais ultrapassam sites nativos - Visitantes únicos nos EUA, em milhões

    Doctor foi o primeiro a chamar a atenção para o movimento, em julho. Segundo ele, "a revolução digital nas notícias pode ser mais gentil com as empresas estabelecidas de mídia do que pensávamos".

    Por outro lado, "um grande vencedor deste ano é a CNN, cuja trajetória de crescimento encabeça a lista". Credita o resultado do canal de notícias à "intensidade da corrida presidencial".

    "Vamos acompanhar para ver se a CNN volta à Terra em 2017, conforme uma certa fadiga política de Trump se estabelecer", diz o analista.

    Ligado à Associação Internacional de Mídia Jornalista (Inma), o canadense Kevin Curnock, diretor-geral da cadeia Brunswick News, vê quatro razões para "NYT" e "WP" crescerem mais rápido que "HuffPost" e "BuzzFeed".

    Uma é a "onda crescente de conteúdo pago". Com assinaturas no modelo "paywall poroso", eles levam vantagem por permitir algum acesso para quem não é pagante: "Essa mistura de pago e grátis está obviamente funcionando".

    A segunda, ecoando Doctor, está em suas "consistentes" iniciativas digitais. No caso do "WP", cita a tecnologia adotada para permitir que jornalistas "publiquem reportagens no melhor momento para maximizar a leitura".

    A terceira é a "persistência" com a prioridade digital, tanto da parte de Jeff Bezos, que comprou o "WP", quanto do "NYT", que mantém a aposta no "paywall" há quase seis anos.

    Por fim, avalia Curnock, mantém-se "o poder do impresso", inclusive para estratégias diversificadas de circulação e marketing –às quais "HuffPost" e "BuzzFeed" não têm acesso.

    RECORDES

    O "WP" informou que os 99,6 milhões de visitantes de outubro estabeleceram seu novo recorde mensal.

    "Jornalismo de qualidade e ferramentas para contar histórias de maneira inteligente levaram a esse marco", segundo o publisher e presidente-executivo do jornal, Frederick J. Ryan, Jr.

    Também em comunicado, o "NYT" informou que 8 (dia da eleição), 9 e 10 de novembro estabeleceram seus novos recordes diários de tráfego digital.

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