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    Governo reduz previsão de alta do PIB de 1,6% para 1% em 2017

    MAELI PRADO
    DE BRASÍLIA

    21/11/2016 18h08 - Atualizado às 23h28

    O Ministério da Fazenda reduziu sua previsão para o crescimento da economia brasileira no próximo ano de 1,6% para 1%, pondo de lado o otimismo da projeção feita em agosto e aproximando-se das estimativas mais modestas feitas por analistas do mercado nas últimas semanas.

    O secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, disse nesta segunda (21) que a mudança foi feita por causa dos efeitos da recessão econômica sobre o mercado de crédito para as empresas, que encareceu nos últimos meses.

    Ele não esclareceu o que será feito com as projeções de receitas e despesas embutidas na proposta de Orçamento de 2017 enviada pelo governo ao Congresso, feitas com base numa expectativa de crescimento de 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto).

    Segundo Kanczuk, caberá ao Congresso decidir o que fazer quando a proposta for a votação. O projeto prevê que o governo reduzirá seu deficit para R$ 139 bilhões no próximo ano. Com a economia crescendo menos do que o previsto, o governo arrecadará menos, e ficará mais difícil alcançar esse objetivo.

    Ao justificar a revisão da projeção oficial, Kanczuk destacou o aumento dos "spreads" bancários, a diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram ao emprestar.

    Ele disse que é natural que isso ocorra numa recessão, quando a lucratividade cai e os bancos cobram mais para emprestar. "Esses efeitos estão ficando mais claros agora, por isso fizemos essa alteração na projeção", afirmou.

    O Ministério da Fazenda também reviu sua projeção para o PIB de 2016. Em agosto, ele previa queda de 3%. Agora, espera uma contração de 3,5%. A expectativa é que a inflação oficial, o IPCA, termine o ano em 6,8% –a projeção anterior era de 7,2%.

    TRUMP

    Kanczuk disse que a nova projeção não tem relação com a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, cujo efeito sobre o crescimento do Brasil é "ambíguo", segundo ele.

    Por um lado, disse, a perspectiva é de menor competição de produtos importados, já que o novo presidente americano defende uma economia mais fechada, o que pode contribuir para elevar a inflação, aumentar os juros e frear a economia americana.

    Por outro, a expectativa é de mais investimentos em infraestrutura, o que também estimula mais a inflação, mas pode fazer o crescimento americano no curto prazo ser menor. "Somando esses dois efeitos, fica claro que a inflação nos EUA deve ser mais elevada, mas o impacto sobre o PIB é inconclusivo", afirmou o secretário da Fazenda.

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