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    Alibaba investe em rede de supermercados de preço baixo

    CHARLES CLOVER
    DO "FINANCIAL TIMES", EM PEQUIM

    22/11/2016 11h32

    Bobby Yip/REUTERS
    Alibaba comprou participação acionária em uma cadeia de supermercados de baixos preços
    Alibaba comprou participação acionária em uma cadeia de supermercados de baixos preços

    O Alibaba comprou participação acionária em uma rede de supermercados de baixos preços, como parte dos esforços do maior grupo chinês de comércio eletrônico para alargar seu foco e adicionar comércio físico ao comércio eletrônico, de acordo com sua estratégia para expansão.

    Em um sinal de como a abordagem do Alibaba quanto ao comércio eletrônico mudou, a empresa sediada em Hangzhou afirmou que o principal motivo para a compra de uma participação acionária de 32% no Sanjiang Shopping Club era "sua extensa rede offline e experiência na operação de lojas de varejo".

    Na segunda-feira (21), o Alibaba anunciou acordo em valor de dois bilhões de yuanes (US$ 290 milhões) para a compra da participação na Sanjiang, sediada na província de Zhejiang, onde a companhia opera 160 supermercados de baixos preços. A Sanjiang afirma ter mais de um milhão de consumidores associados.

    Desde a metade de 2015, o Alibaba realizou diversos investimentos em empresas de varejo físico, porque o crescimento do comércio eletrônico —no qual todo o processo de compra acontece on-line— está se desacelerando.

    Em agosto de 2015, o Alibaba adquiriu participação acionária de 20% na cadeia de lojas de eletrônicos Suning, por US$ 4.6 bilhões. A Suning tem 1.600 lojas em 298 cidades chinesas, e vende eletrodomésticos, livros e produtos para bebês.

    O Alibaba e a Ant Financial, sua subsidiária de pagamentos, no ano passado também anunciaram um investimento de três bilhões de yuanes cada para desenvolver um serviço de entrega de comida chamado Koubei.

    Os especialistas consideram que isso seja prova da chegada de um novo modelo híbrido de comércio, combinando lojas físicas e a Internet móvel, conhecido como "comércio offline-on-line" ou comércio "de canais combinados". A ascensão do modelo reflete o consenso emergente de que o comércio eletrônico puro não substituirá de vez as lojas físicas de varejo, ao menos não nas dimensões um dia planejadas.

    A Iresearch, uma consultoria sediada em Pequim, calcula que o comércio eletrônico puro já chegou a uma era de declínio no crescimento. Do crescimento de 70% registrado em 2011, a empresa prevê que a partir de 2018 seu crescimento cairá a 16% anuais.

    Cao Lei, diretor do Centro de Pesquisa de Negócios Eletrônicos da China, disse que 80% das vendas chinesas continuavam a acontecer on-line, e que a tendência de as empresas de comércio eletrônico adquirirem lojas físicas "está muito firme agora e provavelmente continuará".

    Outras empresas que fizeram apostas no comércio eletrônico puro também começaram a investir cada vez mais em lojas físicas, em um reconhecimento de que o comércio eletrônico puro pode ter atingido seus limites de crescimento.

    Elas incluem a fabricante de celulares Xiaomi —que costumava ser a marca de smartphone mais vendida da China e vendia seus aparelhos exclusivamente on-line, mas viu sua liderança desgastada por concorrentes como a Oppo e a Vivo, que têm mais distribuição física.

    "O mercado [de smartphones] mudou dos canais on-line para os offline", disse Bryan Ma, da consultoria tecnológica IDC, em Cingapura.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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