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    black friday

    Repórter vai às compras de Black Friday e enfrenta multidão; leia relato

    RAFAEL BALAGO
    DE SÃO PAULO

    25/11/2016 17h29

    O plano era aproveitar a Black Friday, que ocorre nesta sexta (25), para tentar achar um micro-ondas barato e talvez alguma outra coisa.

    Cheguei por volta das 23h desta quinta (24) ao Extra Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, e logo vi que o plano não seria fácil. Não havia mais vagas para estacionar o carro e os motoristas deixavam o veículo em qualquer espaço possível.

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    Achei uma posição num canto escondido, estacionei e passei para o próximo desafio: conseguir um carrinho de compras. Com tanta gente, eles se esgotaram e passaram a ser disputados já na saída do caixa. A estratégia era seguir o comprador desde lá até o carro e trazer, com ar vitorioso, um carrinho vazio.

    Depois de alguns minutos tentando conseguir um, resolvi ir às compras sem eles. Enquanto subia a esteira rolante, caixas e caixas de cerveja eram levadas embora. Cada lata de Skol 269 ml custava R$ 1,66, desde que o cliente comprasse ao menos 45 delas. Não havia limite, e as pessoas levavam pilhas de latas de mais de dois metros, já pensando nas festas de fim de ano ou em revender.

    Mais sucesso ainda fez o energético Red Bull. Vendido por R$ 5, as latas acabaram antes da meia-noite, para frustração do público que se aglomerava em frente à porta do estoque, espreitando cada fardo fechado que saía de lá.

    Outra bebida que fez sucesso foi o uísque. No entanto, as prateleiras tinham apenas caixas vazias. Para pegar a bebida, só depois de passar pelo caixa.

    Não achei micro-ondas por menos de R$ 400, o preço usual do produto. O sucesso da vez era uma fritadeira sem óleo, a R$ 199, vista só nos carrinhos, mas não nas prateleiras. Máquinas de café expresso também eram destaque, ao lado de jogos de copo, pratos, talheres e panelas que custavam cerca de R$ 10 cada, mas tinham aparência frágil.

    Checar os preços também era confuso. Nem todos os valores nas prateleiras haviam sido remarcados. "Na dúvida, vale o do folheto. Não acreditem em boatos", dizia o locutor no sistema de som. Mas os folhetos também eram artigo difícil de encontrar. O jeito era pedir para "dar uma olhadinha" no papel dos outros.

    Meia-noite e as filas já ultrapassam 50 metros. Muita gente ia para elas com o carrinho vazio, enquanto um companheiro ia circulando pelo corredores em busca de produtos. Segui a estratégia e levei duas horas até ouvir "CPF na nota"?

    Na fila, cadeiras à venda e caixas de cerveja viravam assento. Embora todos parecessem cansados, o clima era amigável e rolavam conversas triviais entre desconhecidos. Várias latas de cerveja foram abertas pelos clientes, sem cerimônia, antes de serem pagas, para amenizar a demora.

    Enquanto isso, um vendedor da TIM oferecia chips e planos pós-pagos para as pessoas na fila. Abordava um a um e detalhava as vantagens de seu produto. O argumento final: "se ativar sua linha agora, te dou uma bola". "Estou te ouvindo há cinco minutos. Já mereço a bola só por isso", retrucou um rapaz, que no fim não fechou negócio.

    Às 2h30, o estoque de cerveja parecia perto de fim. Já as pilhas de caixas de leite tiveram procura menor e estavam quase inteiras para o público que viria pela manhã. "Aproveite! Você que está aqui na madrugada, pode comprar antes, pois amanhã os estoques podem ter acabado", bradava o locutor, sobre as vantagens de passar a noite em um hipermercado.

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    DICAS PARA BLACK FRIDAY

    Faça uma lista
    Analise o que precisa antes de visitar lojas e sites para evitar compras por impulso

    Use comparadores
    Sites de comparação de preços, como Zoom e Buscapé, podem ajudar a achar oportunidades e, em alguns casos, saber qual o real desconto oferecido

    Não demore
    Em geral, o pico de vendas da Black Friday é logo na madrugada de sexta-feira; quem demorar corre o risco de chegar quando as melhores ofertas já tiverem acabado

    Veja a reputação
    Se quiser comprar algo em loja desconhecida, visite antes sites que reúnem reclamações de consumidores e páginas em redes sociais da empresa para ter certeza de que fará uma compra segura

    Registre
    Se, por razões técnicas, não for possível finalizar uma compra, tire fotos de todas as páginas que aparecem no processo; você tem o direito de obter o produto nas mesmas condições no futuro

    Busque ajuda
    O Procon-SP estará de plantão até sábado (26) para atender reclamações; o atendimento será por telefone (151, no dia 25) e pelo site do órgão ou redes sociais, usando a hashtag #proconSPdeolhona BlackFriday

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