O Ministério da Fazenda confirmou nesta segunda-feira 28) que o Brasil passará a integrar o Clube de Paris, órgão tido como principal fórum para reestruturação de dívidas soberanas, segundo comunicado da reunião de presidentes do G20 em Hangzhou, China.

"Como membro pleno do Clube de Paris, o Brasil aumentará sua influência na agenda financeira internacional e nas futuras renegociações de dívidas soberanas", disse a Fazenda em nota, acrescentando que o ministro Henrique Meirelles participará em breve de cerimônia que formalizará a adesão do país no grupo.

O Clube de Paris conta atualmente com 21 membros permanentes, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Japão e Rússia —último grande emergente a ingressar no Clube de Paris, em 1997.

A entrada do Brasil formaliza a sua longa participação no clube, já que é há bastante tempo um membro "ad hoc" (que podem participar das negociações), especialmente na reestruturação da dívida de países africanos.

O país é um credor importante de nações como Nigéria, Angola e Moçambique.

Ao lado de China, Rússia e Índia, o Brasil tem sido importante nos esforços para forçar EUA e Europa a cederem mais espaço para os emergentes em instituições internacionais como FMI e Banco Mundial.

O Brasil também é um líder dos Brics (grupo que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul), ajudando a estabelecer um banco de desenvolvimento independente para o grupo.

Desde que o Clube de Paris foi criado, 60 anos atrás, os seus membros reestruturaram ou perdoaram cerca de US$ 600 bilhões em dívidas de 90 países, como Mianmar, Cuba e Iugoslávia.

Uma das suas iniciativas mais conhecidas foi um programa de perdão de dívida para países pobres altamente endividados, como Costa do Marfim e República Democrática do Congo. O Brasil integrou esse programa.