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    Maior parte do mercado prevê corte da taxa básica de juros em 0,25 ponto

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    29/11/2016 17h54

    Marcelo Fonseca - 25.fev.2014/Folhapress
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    As apostas são de que BC será conservador e a taxa caia para 13,75% na última reunião do ano

    Os analistas estão convencidos de que o Banco Central reduzirá a taxa básica de juros (Selic) na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste ano, que será concluída nesta quarta-feira (30).

    A maioria prevê que o BC será conservador e faça um corte de 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Esta é a projeção de 47 —ou cerca de 90%— dos 52 economistas consultados pela agência Bloomberg. Apenas sete acreditam numa redução maior, de 0,50 ponto, para 13,50% ao ano.

    A Selic a 13,75% na última reunião do Copom do ano também é esperada pelos economistas ouvidos pelo BC no Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (28).

    No mercado de juros futuros, as taxas recuaram nesta terça-feira (29), indicando a percepção dos investidores de que a Selic será reduzida. O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,620% para 13,613%; o contrato de DI para janeiro de 2018 recuou de 12,120% para 12,080%; e o DI para janeiro de 2019 cedeu de 11,680% para 11,610%.

    Se confirmado, será o segundo corte da taxa básica desde outubro de 2012. O primeiro ocorreu no dia 19 do mês passado, quando o Copom reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, para 14% ao ano.

    PIB

    Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, avalia que o BC será conservador e cortará a taxa em 0,25 ponto. "A percepção é de que, apesar dos riscos externos e internos, o Copom não deverá interromper o ciclo de queda dos juros", afirma.

    De acordo com Velho, a deterioração da atividade econômica é um fator para que o BC continue reduzindo os juros, e o Copom estará atento ao PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que será divulgado na manhã desta quarta-feira pelo IBGE, horas antes da decisão sobre a Selic.

    A mediana das projeções coletadas pela Bloomberg para o PIB do terceiro trimestre é de uma queda de 3,2% sobre o mesmo período do ano passado. "O PIB mais fraco contribui para a queda da inflação, e o BC segue firme na ideia de convergência rápida da inflação para a meta [de 4,5%]."

    André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, também espera um corte de 0,25 ponto. Ele pondera, em relatório, que a atividade segue deteriorando, e que a trajetória de queda do PIB tende a ser mais persistente.

    "O BC deveria, nesta situação, cortar mais fortemente os juros para aliviar as condições monetárias de um país que não tem para onde crescer, mas não parece que o Copom irá fazer isso tão rapidamente."

    RISCOS

    Entre os riscos internos que podem interromper o ciclo de queda da taxa básica de juros, analistas apontam a possibilidade de as medidas do ajuste fiscal não avançarem no Congresso. Isso poderia ocorrer, por exemplo, se delações premiadas na Operação Lava Jato atingirem diretamente o governo do presidente do Michel Temer.

    O principal risco externo vem dos EUA. Antes da eleição do republicano Donald Trump para a presidência americana, no dia 8, a maior parte do mercado apostava em um corte da Selic de 0,50 ponto percentual.

    A visão mais otimista do mercado até então se devia ao arrefecimento do IPCA, o índice oficial de inflação, apesar de a ata da reunião do Copom de outubro ter indicado preocupação com a persistência da inflação de serviços.

    Desde a vitória de Trump, o dólar já subiu cerca de 7% ante o real, com a leitura do mercado de que a economia americana vai acelerar sob o governo do republicano, elevando a inflação e, consequentemente, os juros naquele país. A valorização da moeda americana é um fator de pressão sobre a inflação no Brasil.

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