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    Italiana Enel compra Celg por R$ 2,2 bi em 1ª privatização sob Temer

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    30/11/2016 09h48 - Atualizado às 19h00

    Agência de Notícias do Paraná
    18/11/2015- Curitiba- PR, Brasil- A Copel arrematou nesta quarta-feira (18), em São Paulo, um lote de obras no Paraná do leilão de transmissão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com investimentos previstos pela Aneel de R$ 589 milhões, as obras serão empreendidas pela Copel no Estado - com um trecho em Santa Catarina - e somam 230 km em três linhas de transmissão, além de 900 MVA (megavolt-ampère) de potência em três subestações. "É um investimento significativo para melhorar ainda mais o fornecimento de energia elétrica no Estado", disse o governador Beto Richa. O lote arrematado pela Copel vai sustentar a expansão do sistema de transmissão na região entre os estados do Paraná e Santa Catarina, além de propiciar atendimento do crescimento da carga e para o escoamento da UHE Baixo Iguaçu. Em Curitiba será construída a linha de transmissão Uberaba-Centro, com 8 km, além da subestação Curitiba-Centro. A partir da subestação Curitiba Leste, em São José dos Pinhais, será construída uma linha de transmissão de 142 km até a subestação Blumenau, em Santa Catarina.
    Linhas de transmissão no Paraná

    Sem concorrência, a italiana Enel comprou a distribuidora de energia goiana Celg no primeiro leilão de privatização realizado pelo governo Michel Temer.

    A empresa se comprometeu a pagar R$ 2,187 bilhões, um ágio de 28% sobre o preço mínimo de venda, de R$ 1,708 bilhão.

    A Celg abastece 2,9 milhões de unidades consumidoras em 237 municípios de Goiás. Com a aquisição, o número de clientes da Enel no país passa de sete para dez milhões.

    A companhia já tem a concessão das distribuidoras Ampla e Coelce, que atuam no Rio e no Ceará, respectivamente, além de atividades de geração e transmissão de energia.

    "Goiás é um mercado excelente, no coração do agronegócio brasileiro, que oferece oportunidades de crescimento muito boas", disse o CEO da Enel, Francesco Starace, em nota oficial.

    Na semana passada, ele havia reforçado o interesse em adquirir empresas do grupo Eletrobras ao anunciar o plano de negócios da companhia para os próximos três anos, que separa dois bilhões de euros para novas aquisições.

    O valor equivale a R$ 7 bilhões ao câmbio desta quarta (30). Com a compra da Celg, sobram quase R$ 5 bilhões para outras operações.

    Além disso, a empresa tem um orçamento de 3,2 bilhões de euros para investimentos em novos parques geradores e na rede de distribuição de energia no país.

    A Enel é controladora também da geradora Cachoeira Dourada, localizada em Goiás, que pode ter ganhos de sinergia com as operações da Celg.

    APÓS FRACASSO

    Apesar da falta de concorrência, o resultado foi comemorado pelas autoridades do setor elétrico.

    "Estamos nos deparando com um grupo consagrado, que já conhece as regras e o sistema" disse o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, segundo a agência Reuters.

    Para o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, o leilão comprova mudança no ambiente de negócios no país.

    "O leilão capturou esse ambiente de competição e todos estão satisfeitos. Inclusive o comprador, que pagou o que ele achava justo pela empresa e agora vai trabalhar para valorizar seu ativo", comentou.

    Foi a segunda tentativa do governo para vender a Celg: o primeiro leilão, agendado para agosto, foi cancelado por falta de interessados.

    Na ocasião, o preço mínimo era de R$ 2,8 bilhões. Após o fracasso, o preço foi reduzido em mais de R$ 1 bilhão.

    O valor obtido com a venda da empresa será dividido entre o governo de Goiás e a Eletrobras, que compartilham o controle da companhia.

    A Eletrobras vai usar sua parcela para pagar dívidas mais caras de com prazo mais curto, dentro de seu plano de redução do elevado endividamento.

    Em 2017, o governo prevê a privatização de outras seis distribuidoras de eletricidade que estavam sendo operadas pela Eletrobras, que abastecem estados do Norte e do Nordeste.

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