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Mercado
Sunday, 05-May-2024 22:06:19 -03Italiana Enel compra Celg por R$ 2,2 bi em 1ª privatização sob Temer
NICOLA PAMPLONA
DO RIO30/11/2016 09h48 - Atualizado às 19h00
Sem concorrência, a italiana Enel comprou a distribuidora de energia goiana Celg no primeiro leilão de privatização realizado pelo governo Michel Temer.
A empresa se comprometeu a pagar R$ 2,187 bilhões, um ágio de 28% sobre o preço mínimo de venda, de R$ 1,708 bilhão.
A Celg abastece 2,9 milhões de unidades consumidoras em 237 municípios de Goiás. Com a aquisição, o número de clientes da Enel no país passa de sete para dez milhões.
A companhia já tem a concessão das distribuidoras Ampla e Coelce, que atuam no Rio e no Ceará, respectivamente, além de atividades de geração e transmissão de energia.
"Goiás é um mercado excelente, no coração do agronegócio brasileiro, que oferece oportunidades de crescimento muito boas", disse o CEO da Enel, Francesco Starace, em nota oficial.
Na semana passada, ele havia reforçado o interesse em adquirir empresas do grupo Eletrobras ao anunciar o plano de negócios da companhia para os próximos três anos, que separa dois bilhões de euros para novas aquisições.
O valor equivale a R$ 7 bilhões ao câmbio desta quarta (30). Com a compra da Celg, sobram quase R$ 5 bilhões para outras operações.
Além disso, a empresa tem um orçamento de 3,2 bilhões de euros para investimentos em novos parques geradores e na rede de distribuição de energia no país.
A Enel é controladora também da geradora Cachoeira Dourada, localizada em Goiás, que pode ter ganhos de sinergia com as operações da Celg.
APÓS FRACASSO
Apesar da falta de concorrência, o resultado foi comemorado pelas autoridades do setor elétrico.
"Estamos nos deparando com um grupo consagrado, que já conhece as regras e o sistema" disse o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone, segundo a agência Reuters.
Para o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, o leilão comprova mudança no ambiente de negócios no país.
"O leilão capturou esse ambiente de competição e todos estão satisfeitos. Inclusive o comprador, que pagou o que ele achava justo pela empresa e agora vai trabalhar para valorizar seu ativo", comentou.
Foi a segunda tentativa do governo para vender a Celg: o primeiro leilão, agendado para agosto, foi cancelado por falta de interessados.
Na ocasião, o preço mínimo era de R$ 2,8 bilhões. Após o fracasso, o preço foi reduzido em mais de R$ 1 bilhão.
O valor obtido com a venda da empresa será dividido entre o governo de Goiás e a Eletrobras, que compartilham o controle da companhia.
A Eletrobras vai usar sua parcela para pagar dívidas mais caras de com prazo mais curto, dentro de seu plano de redução do elevado endividamento.
Em 2017, o governo prevê a privatização de outras seis distribuidoras de eletricidade que estavam sendo operadas pela Eletrobras, que abastecem estados do Norte e do Nordeste.
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