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    Ação da Petrobras dispara 10% com acordo da Opep; Bolsa avança 1,5%

    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    30/11/2016 18h39

    As ações da Petrobras lideraram o ranking de maiores de valorizações do Ibovespa nesta quarta-feira (30), com ganhos de mais de 10% nos papéis ordinários. Os preferenciais subiram acima de 9%.

    A valorização foi uma reação à disparada do petróleo no mercado internacional, depois que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) fechou o primeiro acordo para corte da produção desde 2008.

    O objetivo é evitar uma maior depreciação nos preços da commodity, que já recuaram mais de 50% nos últimos dois anos com o excesso de oferta global.

    A Opep, que produz um terço do petróleo global, deverá reduzir a produção em cerca de 1,2 milhão de barris por dia a partir de janeiro de 2017, para 32,5 milhões de barris por dia, segundo agências de notícias.

    Com o fechamento do acordo, o petróleo Brent para entrega em janeiro, negociado em Londres, subiu 8,82%, a US$ 50,47 o barril, enquanto o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, ganhou 9,6%, a US$ 49,44 o barril.

    Os papéis ordinários (ON) da Petrobras encerraram com ganho de 10,59%, a R$ 18,47, e as preferenciais (PN) tiveram valorização de de 9,14%, a R$ 16,00.

    De acordo com operadores, as negociações com as ações da estatal de petróleo foram responsáveis por cerca de 20% do volume de todo o Ibovespa nesta quarta-feira.

    O Ibovespa fechou em alta de 1,51%, aos 61.906,36 pontos. O giro financeiro foi de R$ 11,7 bilhões.

    No mês, o principal índice da Bolsa recuou 6,07%, principalmente por causa do chamado "efeito Trump". A inesperada vitória do republicano Donald Trump para a presidência dos EUA levou o mercado a apostar no forte aquecimento da economia sob o novo governo americano.

    Por essa lógica, haveria aceleração da inflação e, consequentemente, elevação mais rápida dos juros americanos. Dessa forma, o dólar se fortaleceu mundialmente desde a eleição americana, e os investidores retiraram recursos de países emergentes, como o Brasil.

    Os papéis da Vale recuaram 3,03% (PNA), a R$ 25,55, e 3,83%, a R$ 28,06 (ON), pressionados pela queda de quase 7% do minério de ferro na China nesta sessão.

    No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhou 1,95%; Bradesco PN, +2,37%; Bradesco ON, +1,88%; Banco do Brasil ON, +2,33%; Santander unit, +1,58; e BM&FBovespa ON, +0,72%.

    CÂMBIO E JUROS

    O dólar operou com volatilidade pela manhã, influenciado pela formação da Ptax do último dia do mês. A Ptax é uma taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para vários contratos cambiais.

    Após a formação da Ptax, a moeda americana passou a cair, influenciada pela alta do petróleo, que beneficia moedas de países emergentes, grandes produtores de commodities.

    A moeda americana à vista fechou em queda de 0,10%. a R$ 3,3930. No mês, porém, acumulou alta de 6,59%, por causa do "efeito Trump".

    O dólar comercial caiu 0,26%, a R$ 3,3870, mas avançou 6,49% no mês.

    O mercado de juros futuros terminou em queda, com os investidores à espera de um corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central após o fechamento do pregão desta quarta-feira. Conforme esperado, a taxa foi reduzida em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano.

    O contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,613% para 13,599%; o contrato para janeiro de 2018 recuou de 12,080% para 12,060%; e o contrato para janeiro de 2019 cedeu de 11,610% para 11,570%.

    O CDS (credit default swap) brasileiro de cinco anos, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, caía 0,99%, aos 297,347 pontos.

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