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    Alta do petróleo pode levar Petrobras a subir preço do combustível

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO
    EULINA OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO
    DO "FINANCIAL TIMES"

    01/12/2016 02h00

    Os preços do petróleo subiram 8%, para US$ 50 por barril, nesta quarta-feira (3), após a Opep (cartel de países exportadores) decidir, pela primeira vez desde 2008, a oferta global de petróleo.

    O aumento da cotação do petróleo, assim como a desvalorização do real em relação ao dólar, pode, segundo analistas, levar a Petrobras a aumentar os preços dos combustíveis após dois cortes sucessivos nos últimos meses.

    PREÇOS DO COMBUSTÍVEL
    Petrobras reduz gasolina e diesel
    PAULO WHITAKER/REUTERS

    As ações da estatal dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo. Os papéis ordinários (ON) da Petrobras encerraram com ganho de 10,59%, a R$ 18,47, a maior alta desde março deste ano.

    As ações preferenciais da empresa tiveram valorização de 9,14%, a R$ 16,00.

    O acordo da Opep, que ainda não foi anunciado oficialmente, deve prever que seus 13 países-membros reduzirão sua produção em 4,5% e estipularão metas de produção para cada país integrante.

    O corte na oferta global é uma reação aos preços baixos do combustível no mercado internacional, que já duram dois anos. Países como a Arábia Saudita, integrante da Opep e altamente dependente da commodity, vêm sofrendo com a cotação menor.

    Um acordo poderia ajudar o mercado petroleiro a se recuperar de sua mais longa desaceleração em uma geração, que prejudicou os preços das ações das empresas petroleiras e derrubou os grandes países produtores a recessões.

    COMBUSTÍVEIS

    O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, afirma que, fechado o acordo da Opep, o petróleo deve oscilar entre US$ 50 e os US$ 55 por barril.

    Com isso, diz o especialista, a Petrobras já teria espaço para aumentar os preços dos combustíveis, diante da perda de margem em relação à cotação praticada desde o último corte do valor na refinaria, no dia 8 de novembro.

    Na ocasião, a estatal reduziu o preço da gasolina em 3,1%, e o do diesel, em 10,4%.

    "Se a Petrobras for manter a política de preços, vai ter que acabar aumentando a gasolina e o diesel. Se não, o mercado vai começar a duvidar das políticas", diz Pires.

    Pelos cálculos do Cbie, vantagem da Petrobras sobre o preço da gasolina importada caiu de 15,3% para 9,6% na última semana.

    No caso do diesel, o prêmio da Petrobras foi reduzido de 12,5% para 9,1%.

    Para Walter Vitto, da consultoria Tendências, considerando os custos de importação, não há mais prêmio com relação à gasolina que vem do exterior. No caso do diesel, a diferença entre o preço cobrado no Brasil e no exterior é de 1,1%.

    A política de preço da estatal, adotada sob a gestão de Pedro Parente, prevê avaliações mensais sobre os preços, com base na cotação internacional, no câmbio e nas vendas da empresa no mercado interno.

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