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    Correios vão encerrar entrega com preço menor para lojas virtuais

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    01/12/2016 20h57

    Alessandro Shinoda/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 21 - 06 - 2011, 12:01.: Caminhão dos Correios passa em frente a sede na Vila Leopoldina, zona oeste de SP. Correios atrasam a entrega de 1 milhão de cartas na região de Campinas.( Foto: Alessandro Shinoda/Folhapress, COTIDIANO )***EXCLUSIVO FOLHA***
    Caminhão dos Correios passa em frente à sede na Vila Leopoldina, zona oeste de SP

    O serviço e-Sedex, modalidade de envio dos Correios expressa com preço reduzido para lojas virtuais, será extinta no dia 1º de janeiro do próximo ano.

    Ele era usado, sobretudo, para envio de produtos de pequenas e médias empresas, diz Pedro Guasti, presidente da consultoria Ebit, de varejo eletrônico. "É uma notícia muito ruim, principalmente em um momento de economia desaquecida. Isso irá bater no bolso do consumidor."

    Mauricio Salvador, presidente da ABComm (associação brasileira de comércio eletrônico), diz que as alternativas para as empresas após o fim da modalidade serão enviar produtos pelo Sedex comum (mais caro) ou o serviço PAC (de entregas regulares, mais demorado).

    "Está se matando um produto barato para obrigar lojistas a usarem serviços mais caros", diz.

    Chamoun Hanna Joukeh, presidente da Abrapost Nacional —associação que reúne franqueados que operam agências dos correios—, diz que as entregas via E-Sedex representam, em média, 30% do
    faturamento das 1.000 unidades da rede.

    Segundo Joukeh, a diferença de preços entre o e-Sedex e a modalidade de entregas tradicional fica, em geral, entre 20% e 30%.

    Ele diz ter preocupações com o risco de varejistas on-line deixarem de contratar os Correios em busca de serviços mais competitivos.

    CONCORRÊNCIA

    De fato, concorrentes se movimentam para atrair os lojistas.

    A Mandaê, start-up especializada em entregas, vem anunciando seus serviços no Google para quem faz buscas pelo termo "e-Sedex".

    A empresa recolhe encomendas de pequenas empresas e negocia fretes em conjunto com transportadoras.

    "Permitimos ao empresário acessar uma gama de opções de serviços de entrega que, de outra forma, ele nunca teria", diz Douglas Carvalho, diretor de operações da empresa

    João Paulo Camargo, fundador da Eu Entrego, espécie de "Uber das encomendas" com 4.000 entregadores cadastrados, diz que deve aumentar sua rede como resposta ao fim do e-Sedex.

    OUTRO LADO

    Por e-mail, os Correios disseram que oferecem soluções que atendem às necessidades de entrega dos produtos vendidos via web, como ferramentas tecnológicas para integração de sistemas, preparação e
    gestão das postagens.

    A empresa afirma que o principal serviço utilizado pelo e-commerce é o PAC, por seu preço mais acessível e cobertura mais abrangente.

    Os Correios afirmam ter estudos sobre o impacto financeiros da decisão, mas não informou quais são eles, por considerar essa uma questão estratégica.

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