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    Petrobras vê com cautela acordo da Opep sobre produção de petróleo

    DA REUTERS
    DO RIO

    02/12/2016 12h13 - Atualizado às 20h57

    O acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para cortar a produção deve ser visto com "muito cuidado", pois a forte alta recente dos preços do petróleo decorrente do pacto pode não se manter, disse nesta sexta (2) o presidente da Petrobras, Pedro Parente.

    Segundo ele, o cenário de preços vai depender da produção de petróleo de xisto nos EUA. Para Parente, os produtores americanos de óleo não convencional podem aumentar a extração na esteira do acordo da Opep, levando novamente os preços de volta para um patamar entre US$ 40 e US$ 50 o barril.

    O Brent fechou ontem a US$ 54,46, e o WTI, a US$ 51,68. O petróleo subiu mais de 10% na semana, a mais forte alta semanal desde 2009, seguindo a decisão da Opep de reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia a partir de janeiro, para 32,5 milhões de barris por dia.

    "Essa decisão da Opep promove alta importante de preços nos últimos dias, mas é uma coisa que a gente tem que olhar com muito cuidado porque a sustentação desses novos níveis depende muito da produção do 'shale' [xisto]", disse Parente, ao comentar que a cotação entre US$ 40 e US$ 50 o barril é o patamar da viabilidade econômica da produção de óleo de xisto nos EUA.

    A avaliação de preços de combustíveis da Petrobras, que agora discute o assunto pelo menos uma vez por mês, de acordo com a nova política, depende de como estão as cotações do petróleo.

    Segundo analistas consultados pela Reuters nesta semana, a alta nas cotações do petróleo, após o acordo da Opep, e os ganhos do dólar, na esteira da eleição de Donald Trump e das tensões políticas no Brasil, deverão ser argumentos fortes para a Petrobras elevar os preços da gasolina e do diesel.

    Durante evento em São Paulo, Parente revelou que o comitê que decide sobre os preços deverá se reunir ainda nesta primeira quinzena do mês, mas não detalhou a data nem uma tendência para um eventual reajuste.

    O executivo afirmou que espera que a nova política de preços da Petrobras, anunciada em outubro, faça com que os reajustes sejam vistos com mais naturalidade.

    NA BOMBA

    Sete semanas após o primeiro corte nos preços dos combustíveis, praticamente ainda não houve repasse às bombas dos postos.

    De acordo com o levantamento de preços publicado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) nesta sexta, a gasolina foi vendida nesta semana a um preço médio de R$ 3,655 por litro.

    É o mesmo valor verificado na semana anterior e representa queda de apenas 0,4% com relação ao preço vigente antes do primeiro corte, em 14 de outubro.

    Na ocasião, a Petrobras reduziu o preço da gasolina e do diesel em 3,2% e 2,7%, respectivamente. Em 8 de novembro, promoveu novo corte, de 3,1% na gasolina e 10,4% no diesel. A expectativa da empresa era que a gasolina caísse R$ 0,10 por litro, e o diesel, R$ 0,25.

    De acordo com a ANP, porém, o diesel só caiu 0,9%, ou menos de R$ 0,03 desde a primeira redução. Nesta semana, o combustível foi vendido no Brasil a R$ 2,979 por litro, praticamente o mesmo valor da semana anterior.

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